CRÍTICA | O Silêncio

Direção: John R. Leonetti
Roteiro: Carey Van Dyke e Shane Van Dyke
Elenco: Stanley Tucci, Kiernan Shipka, Miranda Otto, entre outros
Origem: Alemanha / Canadá
Ano: 2019

É impossível não comparar The Silence (2019) com Um Lugar Silencioso (2018), pois fica evidente que a obra bebe da fonte de seu predecessor. No entanto, há um abismo de diferenças entre os dois, ficando evidente a inferioridade desta, especialmente quando busca reproduzir alguns elementos que consograram a obra de John Krasinski (The Office).

Aqui os “monstros” com audições aguçadas eram seres da Terra que estavam presos por séculos em uma caverna recém descoberta, libertando-os pelo mundo. O espectador acompanha uma família que tem uma pequena vantagem em relação às outras pessoas. Adivinhem? Sabem viver em silêncio pelo fato da filha mais velha ser surda.

Para aqueles que amam filmes com temática apocalíptica, a produção pode até funcionar como entretenimento mediano. Todo o cenário de fuga, pânico coletivo, mudanças de comportamento para se adequar às novas regras de sobrevivência da sociedade, acabam prendendo a atenção de forma eficiente, mas infelizmente o que mais capta o olhar do espectador são erros crassos de roteiro ao longo dos 90 minutos de duração.

Netflix

O roteiro é pobre, repleto de diálogos expositivos que subestimam a inteligência do público. Um exemplo são os morcegos que se alimentam de carne humana e ficam presos por séculos dentro de uma caverna. Como sobreviveram? Do que se alimentavam? Outro ponto incômodo é quando vemos os membros da família se comunicando através de linguagem de sinais e falando ao mesmo tempo, mesmo sem a presença da garota deficiente auditiva em cena. Isso sem contar no mundo que está acabando, mas que mantém a eletricidade, internet e sinais de televisão funcionando. São vários elementos que sabotam o filme como um todo.

Se tudo isso não bastasse, o desfecho se mostra desnecessário e insignificante perante a o que foi contado até ali. A solução encontrada soa mal explicada e desenvolvida, apenas para que houvesse uma tensão final que representasse um grande perigo a ser superado.

No fim, nem mesmo a presença de nomes consagrados como Stanley Tucci (Um Ato de Esperança) foram suficientes. Tampouco a familiar dupla Kiernan Shipka (Mad Men) e Miranda Otto (O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei), que vem fazendo sucesso em O Mundo Sombrio de Sabrina, conseguiram fazer de The Silence uma adaptação bem sucedida.

Netflix


Regular

Comentários