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Erik Constantino
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Direção: Stanley Kubrick
Roteiro: Stanley Kubrick, Michael Herr e Gustav Hasford
Elenco: Matthew Modine, Vincent D'Onofrio, R. Lee Ermey, Adam Baldwin, entre outros
Origem: Reino Unido/EUA
Ano: 1987
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Em 1987 nascia um jovem clássico de Stanley Kubrick (O Iluminado). Se o diretor já havia transitado pelos mais diversos gêneros de cinema - inclusive tratando da Primeira Guerra Mundial em Glória Feita de Sangue (1957) - agora era a vez de apresentar sua visão sobre um dos conflitos mais controversos da história norte-americana: a Guerra do Vietnã.
Nascido Para Matar (Full Metal Jacket) é claramente dividido em duas partes: o "antes" e o "durante" a guerra. Ou seja, acompanhamos os personagens desde o início de seus treinamentos militares até as sangrentas batalhas que travam contra os vietnamitas.
Nascido Para Matar (Full Metal Jacket) é claramente dividido em duas partes: o "antes" e o "durante" a guerra. Ou seja, acompanhamos os personagens desde o início de seus treinamentos militares até as sangrentas batalhas que travam contra os vietnamitas.
Diferente de outros filmes do gênero, aqui não há interesse em um ponto de vista heróico, ou mesmo de uma grande epopeia. Muito pelo contrário. A intenção de Nascido Para Matar é nos apresentar o lado sujo, louco e errado que existe naquela realidade. Isso fica claro logo nos primeiros momentos, quando o espectador é apresentado aos jovens soldados quase como um deles. É possível sentir suas angústias, seus medos, bem como a imaturidade, a falta de preparo de muitos deles e toxicidade daquele ambiente militar.
Foto: Warner Bros Pictures |
Ainda que o roteiro não detalhe a história por trás de cada um daqueles personagens, rapidamente é construído um sentimento de empatia do espectador por cada um deles, muito em função do ambiente hostil em que se encontram. Nesse ponto, a presença do Sargento Hartman (R. Lee Ermey) se mostra indispensável para a proposta, já que é impossível concordar com a postura exagerada, para dizer o mínimo, do comandante.
No que diz respeito aos aspectos técnicos, é interessante como Kubrick alterna planos abertos que engradecem os cenários e locações escolhidas, com closes que buscam o olhar dos personagens, viajando por suas emoções em cenas de extrema violência. E nesse ponto, como de costume, o cineasta não poupa esforços, chocando quem assiste. Em Nascido Para Matar, o inimigo raramente é exposto, enfatizando o mergulho na mente daqueles que acompanhamos desde o primeiro exercício na academia militar, o que torna a identificação com os personagens e a imersão no suspense do campo de batalha ainda maior.
E aqui devo destacar as atuações, começando pelo próprio R. Lee Ermey (Mississippi em Chamas), impecável como uma metralhadora de insultos nunca antes vista na grande tela. Vincent D'Onofrio (Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros) é outro que está excelente como o soldado Pyle, carregando consigo boa parte do primeiro ato da obra, transformando-se de um recruta ingênuo e com dificuldade de se adaptar, em um soldado compenetrado com forte tendência para a loucura. Já Matthew Modine (Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge), o verdadeiro protagonista da história, é responsável por ser os olhos do público. O desenvolvimento de seu personagem é interessante, especialmente pelo modo com que o mesmo enxerga a guerra após já ter passado por tanta coisa durante sua preparação.
No que diz respeito aos aspectos técnicos, é interessante como Kubrick alterna planos abertos que engradecem os cenários e locações escolhidas, com closes que buscam o olhar dos personagens, viajando por suas emoções em cenas de extrema violência. E nesse ponto, como de costume, o cineasta não poupa esforços, chocando quem assiste. Em Nascido Para Matar, o inimigo raramente é exposto, enfatizando o mergulho na mente daqueles que acompanhamos desde o primeiro exercício na academia militar, o que torna a identificação com os personagens e a imersão no suspense do campo de batalha ainda maior.
Nascido Para Matar é um clássico absoluto do gênero. Imersivo e impactante como quase a totalidade das produções de seu idealizador. E Stanley Kubrick, como de costume, não se priva de rir do despreparo e da loucura da sociedade posta em situações limites.
Adam Baldwin
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