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Postado por
Daniel Oliveira
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Quando
O Senhor dos Anéis: As Duas Torres (The Lord of the Rings: The Two Towers, 2002)
foi lançado, anos atrás, recebeu algumas críticas negativas de profissionais
que alegavam que a obra tinha problemas de construção de narrativa, que sofria
por não ter um final, uma conclusão propriamente dita. Levando-se em conta que se
tratava de um capítulo intermediário de uma já anunciada trilogia, isso já era
de se esperar, mas, remando contra a maré, sou um dos que acreditam que não
houve problema algum, satisfeito com a construção dos 3 atos daquele filme. Em
uma comparação direta, infelizmente não posso dizer o mesmo de O Hobbit: A Desolação de Smaug (The Hobbit: The Desolation of Smaug).
Na
trama, Bilbo Bolseiro (Martin Freeman),
Gandalf (Ian McKellen), Thorin (Richard Armitage) e os 12 anões,
continuam sua jornada rumo ao tesouro tomado pelo dragão Smaug (voz de Benedict Cumberbatch). Para
chegar a seu destino, a comitiva precisa passa por diversos obstáculos e civilizações
de raças diferentes, que prometem mudar o rumo da Terra Média.
Logo
em sua sinopse A Desolação de Smaug
evidencia um de seus principais problemas, a falta de uma narrativa autossustentável,
que funcione como obra individual. A história simplesmente dá continuidade
àquilo que havia iniciado anteriormente, mas sem eventos ou conflitos que
justifiquem um filme inteiro para si (exceto pelo 3º ato). Fica clara a
necessidade de estender a trama para que se atinja o objetivo de entregar 3 longa-metragem
ao estúdio, e assim aumentar os lucros da franquia, algo que eu já havia
comentado na crítica de Uma Jornada Inesperada.
No
que diz respeito à fotografia, cenários, figurinos e direção de arte, a produção
continua impecável, o que já era de se esperar, diferente da decepcionante
trilha de Howard Shore, que dessa vez não conseguiu criar nenhum tema emblemático
para a saga, prejudicado ainda pela errônea decisão de Peter Jackson (King Kong) em manter diversas cenas da
obra sem qualquer trilha, utilizando apenas de som diegético. Tal escolha acaba
por quebrar o clima fantasioso necessário para que o longa funcione. Além
disso, os 48 frames por segundo (ainda que imensamente belos em definição de
imagem) já não causam espanto como anteriormente, fazendo com que o frescor da
novidade se dissipe.
Os
efeitos digitais, como sempre, também estão muito bem feitos, especialmente o
dragão Smaug, que se mostra uma figura imponente, gigantesca e amedrontadora.
Uma pena que Jackson novamente se exceda em suas escolhas, prolongando as cenas
da criatura além do devido, tornando o que deveriam ser diálogos
interessantíssimos em algo enfadonho. E se muitos aguardavam para conferir o
trabalho de dublagem de Benedict Cumberbatch (Além da Escuridão – Star Trek),
que tem uma voz peculiar e marcante, cuidado, vocês podem se decepcionar. A voz
do ator foi modificada digitalmente, descaracterizando-a quase que completamente
e, assim, perdendo a identidade. É algo como tirar a voz de Kiefer Sutherland
de Jack Bauer, na série 24 Horas. Simplesmente não se faz.
Mas
nem só de erros vive A Desolação de Smaug. Há momentos realmente empolgantes e
nostálgicos, como o retorno de Orlando Bloom (Tudo Acontece em Elizabethtown) no papel de Legolas e a introdução
de Evangeline Lilly (Gigantes de Aço)
como a elfa Tauriel. Seus personagens vivem o auge da rixa entre elfos e anões,
proporcionando uma interessante (ainda que “forçada”) relação à lá Romeu e
Julieta, em outra subtrama criada para render história. E se Richard Armitage (Capitão América: O Primeiro Vingador) e
Ian McKellen (X-Men) perdem espaço na
trama como Thorin e Gandalf, respectivamente, foi muito bom ver Martin Freeman (Simplesmente Amor) finalmente brilhar
com seu Bilbo Bolseiro. O personagem rende os melhores momentos da obra, com
seus trejeitos e manias divertidíssimas (reparem nos movimentos e sinais que o
ator faz com as mãos, sempre muito bons).
Encerrando
o capítulo de maneira anticlimática e, até certo ponto, apelativa, O Hobbit: A Desolação de Smaug tenta
com todas as forças nos manter interessados para o iminente terceiro filme, que
virá já em dezembro do próximo ano. Outra atitude falha, que já vem sendo
refletida na bilheteria, menor que o filme original. Claro que os fãs fiéis da
obra de Tolkien devem estar radiantes, não irão concordar com essa opinião e eu
os entendo. Eu apenas esperava mais de Peter Jackson. Muito mais.
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Comentários
#oHobbit
ResponderExcluirAssisti o O Hobbit- A desolação de Smag é sai decepcionada do cinema. O primeiro filme da trilogia( eu simplesmente detesto a ideia de trilogia, mas Peter Jackson o fez). Mesmo se distanciando da narrativa do livro é mais atraente e até com falhas no roteiro. As canções dos anões que Jackson deixou de lado em O senhor do anéis e resolveu trazer no Hobbit são apagadas na Desolação de Smaug. Concordo com os cenários magníficos, cheios de detalhes, figurinos incríveis. Mas, minha decepção maior foi mesmo a falta de uma trilha sonora a altura da obra de Tolkien. Sem contar o diálogos soltos no filme, a forma nitidamente forçada de lincar o filme com o Senhor do Anéis, ah nem vou comentar a aparição do Azog. Já esperava um distanciamento da história original, mas o que saiu no cinema nada mais é do que o ego e ganancia de Thorin, escudo de carvalho para com o ouro de seu povo. Transformado é claro na sede de bilheterias dos produtores.
ResponderExcluirConcordo com tudo que você disse, "Anônima"... hehehe
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