The Walking Dead - S04E16 - A


Texto de Gabriel Martins

E acaba mais uma temporada de TWD, sem dúvida com um final melhor que a de sua antecessora, o que não é grande coisa. Em sua Season Finale intitulada “A” o foco das ações é Rick e sua turma colidindo com Daryl e seus amigos. O episódio não perde tempo em colocar estes dois grupos em ação, resultando em um dos melhores momentos dessa temporada, sem dúvida.

Reparem, por exemplo, o que o design sonoro faz quando Daryl apanha do grupo, transformando os sons da briga em algo que remete a uma rinha de cachorro. Logo após, temos de novo um trabalho cuidadoso da música auxiliando o clímax da cena quando um som constante e crescente surge até chegar o momento do disparo.

E, enfim, o clímax que é primoroso em vários sentidos. Primeiro a cena em si, não é a primeira vez que Andrew Lincoln simplesmente detona. Tal qual Hugh Dancy (Will Gramm de Hannibal) e Claire Danes (Carrie Mathison de Homeland) ele consegue fazer um personagem instável mentalmente de forma brilhante. Não só a forma como fala, mas o olhar dele, a postura curvada e o andar sempre passando preocupação, são detalhes que mostram a composição deste que é, sem dúvida, o personagem mais bem construído da trama (se não o único).

E aqui o ator, juntamente com o diretor, tomam diversas decisões cruciais para a realização da sequencia, a começar pela nada sútil metáfora entre o disparo da arma com o disparo do Dark-Rick, assim como o zumbido, mas mais importante é o olhar dele diretamente para a câmera no instante em que ele já não está mais no controle dele mesmo.

Há de se destacar também a fotografia sempre carregada de preto em cima do protagonista, reforçando seu lado dark


O momento-chave é a hora em que o até então controlado xerife, sucumbe a tudo o que ele mais desprezava, matando seu oponente da mesma forma como um zumbi pega sua presa. Uma pena, porém, ver o quanto esta cena é uma exceção nesse episódio.

Após a vitória da turma da prisão vemos que eles encontram o tão prometido Terminal e, como eu previ na review anterior, o povo lá não é tão amigável assim (azar do Rick não ler o Cinéfilo Santista, não entraria nessa enrascada, tesc tesc).

Agora, o estagiário que escreveu este final deveria ir preso. Falo isso porque não consigo acreditar que a mesma pessoa envolvida anteriormente em episódios primorosos como The Grove, possa ser o mesmo que escreveu aquele final. Todos os colegas juntos em uma única cela (coincidentemente), me vira o Rick e começa a falar parecendo que tem um plano que vai abalar as estruturas de todo o universo para, ao fim do seu impactante monólogo, olhar para a cara de todo mundo e dizer: “Eles erraram ao mexer com as pessoas erradas” (?!) sério, oi? Já deu uma olhada ao redor, buddy? Ou o Rick tá fora da caixinha de vez ou ele merece umas boas bifas. 

Enfim, chegamos ao final da quarta temporada e, se não tivemos um final tão ruim como o da terceira, ao menos os envolvidos tentaram chegar lá, foi por pouco.

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Comentários

  1. Tudo bem que ninguém é obrigado a acompanhar a HQ para assistir a série, mas a frase "eles não sabem que mexeram com as pessoas erradas" é icônica para o universo The Walking Dead e precede uma reação brutal do grupo do Rick para com esses inimigos. Os fãs mais fieis devem ter ficado extasiados com ela, o que torna o comentário sobre o Rick no final do texto totalmente descabido, mas compreensível para quem não tem o conhecimento pleno sobre o assunto em questão.

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    1. Sua visão é compreensível Rodrigo, apesar de eu não concordar. Pra quem não leu a HQ a fala do Rick soa apenas como uma frase de efeito, que pode funcionar com alguns ou não. Não funcionou para o Gabriel. Não funcionou pra mim.

      Óbvio que funciona pra quem leu a HQ. Mas se ler a HQ é pré-requisito para ter conhecimento pleno sobre o assunto (a série, no caso), então antes do início de cada episódio deveria vir um aviso: "para total compreensão do que será assistido, é preciso que você tenha lido a HQ The Walking Dead".

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    2. Boa tarde Rodrigo,

      Entendo sua visão como leitor da HQ. Inclusive, soube hoje, por um amigo que lê os quadrinhos, dessa informação.

      Mas, honestamente, não me importo com este fato, uma vez que faço reviews sobre a série e não das HQs e, sendo assim, levo em conta somente o audiovisual, que deve se sustentar sozinho.

      Pego sempre como exemplo o Batman TDK do Nolan, onde tem trechos extraídos integralmente dos quadrinhos (planos e falas), quando eu vi o filme não havia lido as HQs e este fato não alterou em nada a experiência.

      O que quero dizer é o seguinte, se uma série depender de um background vindo de outro meio ou os realizadores devem avisar antes (como dito pelo Daniel) ou esta série é falha, uma vez que não é completa por si só.

      Mas, de qualquer forma, agraço seu comentário, estamos aqui para isso, discutir as séries que vemos e gostamos.

      E, se me permitir, gostaria de “usar” seu comentário em uma oportunidade futura para ilustra este ponto de vista no quadro do CS (que ainda é um segredo)

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  2. Ainda estou meio em choque e preciso assistir o episódio novamente para ter uma impressão mais clara se gostei ou não.
    De fato essa primeira fase que mostra o confronto com o suposto grupo do Daryl é fantástico. Achei a sequência perfeita como um todo. O Andrew arrasa como ator, ele trabalha muito bem essa parte de linguagem corporal, não sei como ele consegue e já vimos isso em outras cenas. Mas esse olhar de ira dele, parece uma mudança de personalidade.
    Ele muda completamente, meu marido fala que ele vai virar o Hulk nessa hora, e a sequência é sempre incrível. Ele consegue levar uma sequência como essa praticamente sozinho.
    Passada toda essa adrenalina, a chegada no Terminus até perdeu a graça.
    Mas eu confesso que a frase final do episódio me convenceu sim. Eles já passaram por tanta coisa, e cada um meio que sozinho conseguiu chegar até ali aos trancos e barrancos, acho que a frase (sem pensar no HQ porque também não li inteiro) simboliza bem a força e determinação que aquele grupo tem. Nesse momento, eles parecem mesmo invencíveis.
    Só espero que o roteiro não menospreze a situação e o inimigo como ocorreu naquela primeira tentativa de invasão da prisão pelo Governador.
    Triste é esperar até outubro por mais um confronto.
    Abs,
    Fabiana

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    1. Obrigado por acompanhar nosso trabalho e sempre comentar Fabiana! Agora aguardemos até outubro. haha.. Abraços!

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  3. Olá Gabriel e Daniel!
    Acompanho a série desde o começo e não, também não li os quadrinhos (está na minha listinha interminável de coisas para ler..hehehehe).
    Concordo com a resenha, pois para mim, o ponto alto desta season finale foi o rompante do Rick.
    Gostei também da cena da "emboscada" no Terminal, quando eles encurrularam o quarteto, após o quarteto achar que estava sendo mais esperto. Nesta hora achei q os roteiristas seriam ousados e matariam algum dos personagens (não me importaria se fosse o Carl).
    Esperava um clímax a altura da série, mas infelizmente teremos que aguardar a 5ª temporada para sabermos se a série continuará conseguindo se manter, mesmo com episódios tão irregulares.
    P.S.: Ainda bem que assisto outras séries que continuam me surpreendendo como Hannibal e Bates Motel e ainda bem que Game of Thrones começa neste domingo!!!
    Abraços!!!
    Jú M.

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    1. Suas opiniões batem com as minhas Jú, obrigado por sempre estar presente comentando. Já estou ansioso pelo retorno de Game of Thrones também. Teremos reviews aqui no blog, fique de olho ;)

      Abraços!!

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