A importância do filme da Mulher-Maravilha


Era uma vez um universo cinematográfico ainda não abençoado por um filme solo da Mulher-Maravilha. Apesar de todas as produções protagonizadas por personagens femininas, nenhum filme de super-heroína havia conseguido alcançar o que é visto atualmente com a terceira ponta da trindade da DC Comics. É espetacular ver Mulher-Maravilha dominando as bilheterias e alavancando o universo cinematográfico da DC, mas estes não devem, entretanto, ser os fatores principais a serem analisados.

O público feminino ansiava por um filme assim e sequer sabia que o esperava. A verdade é que ser mulher e assistir ao longa dirigido por Patty Jenkins (Monster: Desejo Assassino) e protagonizado por Gal Gadot (Velozes e Furiosos 5: Operação Rio) pode ter estragado todos as outras obras de super-heróis para nós. E não, isso não é uma reclamação. Foram muitos anos sendo bombardeadas com personagens masculinos da Marvel e DC, consumindo e traduzindo para a nossa temática as aventuras e batalhas por eles vividas. Quero continuar bebendo dessa fonte, mas quero ainda mais me sentir representada por super-heroínas.

Apesar do maior sucesso da DC abranger todos os públicos, ser mulher e ver esse filme traz uma conotação totalmente diferente à experiência que somente o cinema nos proporciona. O feminismo não é escarrado, mas a representatividade e o debate sobre gênero ficam claros entre os diálogos de duplo-sentido e cenas de ação que emocionam.


É lindo ver um exército de mulheres – de todos os tipos e raças – cavalgar sobre a areia da praia com suas espadas e arcos e flechas; é incrível ver Diana escalando uma torre usando somente a força de suas mãos ou saindo da trincheira, sendo alvo de uma metralhadora; é gratificante ter uma personagem que não se apega em diferenças de gênero impostas por esse novo mundo para qual é sugada.

O filme da Mulher-Maravilha tem o poder de despertar uma chama que até então não sabíamos que estava apagada. A representatividade é uma das melhores qualidades que o cinema pode oferecer e o longa cumpriu essa missão. Não lembro qual foi a última vez que saí de um filme querendo ser uma personagem, me sentindo totalmente confiante e pronta para batalhar contra um exército e ainda sair vitoriosa. Diana Prince conseguiu essa proeza.

No mais, obrigada DC por mostrar do melhor jeito possível como o público feminino deve ser representado. A Marvel também agradece. E que venha Batgirl, Capitã Marvel e claro, Mulher-Maravilha 2.

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