Ozark | 1ª Temporada


A Netflix trouxe para o seu catálogo Ozark, mais uma série de produção original que chegou sem fazer muito estardalhaço, mas que já teve sua renovação para a 2ª temporada confirmada. Trata-se de um drama criminal, o que a principio não é muito impressionante, porém, basta dar uma olhada no trailer para sentir que o seu conteúdo é algo no qual devemos prestar atenção.

O primeiro impacto de quem acaba de assistir Ozark é aquela sensação de que talvez você já tenha assistido algo assim antes, afinal, já conhecemos a história de um homem que entra para criminalidade afim de proteger o futuro de sua família, e ao longo dessa jornada, mostra suas habilidades dentro desse mundo para vencer seus adversários.Todo mundo conhece Walter White, não é mesmo? Ou, melhor dizendo, seu alter ego, “Heisenberg”.

Breaking Bad, assim como The Sopranos, foi uma das responsáveis por criar a fórmula “família disfuncional que acaba ligada a criminalidade”, então nada mais justo que essas semelhanças se evidenciem em Ozark, já que a premissa, de fato, é similar.

Na trama conhecemos Marty Byrde (Jason Bateman), um pai de família que logo descobrimos estar lavando dinheiro para um cartel de drogas mexicano. É claro que as coisas desandam quando seu parceiro rouba dinheiro do cartel e deixa Marty com a função de tentar reverter a situação com essa organização extremamente impiedosa e violenta, quando se diz respeito a suas posses.

Crédito: Jackson Davis / Netflix

O fator “medo de morrer” é o que difere a série de Breaking Bad, por exemplo, pois estabelece isso logo em seu primeiro episódio, dando o tom de que essa trama não será triunfante para Marty e que ele vai precisar usar tudo o que tem para sair vivo dali. Parece uma premissa simples, mas para evitar maiores spoilers dentro da trama, vamos colocar assim: eu não sairia viva se estivesse no lugar dessa galera. 

Com o brilhante roteiro de Bill Dubuque em parceria com o ator Jason Bateman, a série entrega 10 episódios de uma hora cada (a exceção é season finale, que tem 1h20) sem nenhum furo de roteiro. A ação e a cadeia de eventos são muito bem amarrados, sempre há problemas acontecendo através dos núcleos estabelecidos, por isso ninguém fica de fora da trama e tudo acaba se encaixando. Isso sem falar dos incontáveis momentos de suspense que o roteiro cria além, estabelecendo nuances incríveis na personalidade de seus personagens. Além disso, a série tem classificação etária de 18 anos, portanto, saiba que haverão cenas sem censura e violência bem pontuada, o que é sempre um plus para quem busca realismo.

Além de atuar e escrever, Jason Bateman também é responsável pela direção de 4 episódios da série, incluindo o season finale. Seu trabalho não diminui o valor da produção em momento algum, pois atrás das câmeras o ator/diretor foi capaz de traduzir o roteiro de forma magnifica, mostrando mais um talento na manga. Lembrando que Bateman interpreta na série um personagem dramático e cheio de camadas e habilidades que se revelam aos poucos, divergindo do seu clássico perfil cômico. 

Crédito: Jackson Davis / Netflix

É claro que Ozark conta com um elenco talentoso que soube trabalhar com o já elogiado roteiro, incorporando personagens incríveis que enriquecem a trama. A série conta com Laura Linney (O Show de Truman), Sofia Hublitz (Louie) e Skylar Gaertner (Demolidor) como a família Byrde. Julia Garner (As Vantagens de Ser Invisível), Jason Butler Harnern (A Troca) e Marc Menchaca (Homeland) em papéis excepcionais. 

Concluindo, Ozark dá voltas fechadinhas em seus arcos e não deixa espaço para dúvidas, sem deixar de criar várias possibilidades para a sua próxima temporada, fazendo pairar a curiosidade no ar. As reviravoltas são um fator bem divertido, pois suas expectativas são controladas a cada episódio e você não sabe bem como todo mundo vai sair daquele problema absurdo.

Agora, se você tem aquela saudadinha de Breaking Bad, sugiro que você veja sim Ozark, pois não tem como não se surpreender com a qualidade da trama apresentada aqui. E se você quiser conferir a minha crítica em vídeo para o filme, dê play abaixo.

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