CRÍTICA | O Estrangeiro

Direção: Martin Campbell
Roteiro: David Marconi
Elenco: Jackie Chan, Pierce Brosnan, Katie Leung, entre outros
Origem: Reino Unido / China / EUA
Ano: 2017


Baseado no livro “The Chinaman”, do escritor inglês Stephen Leather, O Estrangeiro (The Foreigner) é o mais novo thriller policial do cineasta neozelandês Martin Campbell (007: Cassino Royale), com os astros Jackie Chan (A Hora do Rush) e Pierce Brosnan (007 Contra GoldenEye) no elenco.

Ambientado no Reino Unido, o longa-metragem traz a história de Quan (Jackie Chan), um simples dono de restaurante que guarda seu passado na Guerra do Vietnã em segredo e acaba perdendo sua filha, Fan (Kaitie Leung), após um atentado terrorista realizado por membros do grupo IRA - Exército Republicano Irlandês -, no centro de Londres. A partir disso, Quan inicia sua própria investigação, que o leva até Liam Henessey (Pierce Brosnan), ex-líder da facção, em busca dos assassinos de sua filha.

Campbell traz aqui um dos temas mais delicados da história contemporânea do Reino Unido: a guerra entre a facção norte-irlandesa contra o domínio inglês, que dura quase um século e já deixou milhares de mortos e feridos em ambos os lados do conflito, que ja foi retratado em obras como Em Nome do Pai (In the Name of the Father, 1993) e Fome (Hunger, 2008).

Foto: Diamond Films Brasil

O grande trunfo de O Estrangeiro está no trabalho de seus dois personagens principais. Jackie Chan encarna uma persona diferente do guerreiro risonho que estamos acostumados em seus filmes, pois seu Quan é um homem soturno e atormentado pelos fantasmas do passado. Pierce Brosnan, por sua vez, mantém a elegância e a seriedade de sempre ao coordenar e manter a paz entre o IRA e o governo inglês.

O roteiro de David Marconi (Inimigo do Estado) peca na forma em que realiza a adaptação da obra original, que foi publicada em 1992. Trata-se de um cenário que reflete a situação político-econômica que o Reino Unido enfrentava nesse período, com atentados, conflitos armados e crise financeira, o que acaba deixando muitos pontos vagos e desconexos sobre como o IRA ainda atua em atentados a Inglaterra. O longa também não consegue estabelecer uma conexão dramática forte e significante entre Quan e Henessey, o que faz com que o vínculo dos dois seja simples e sem qualquer profundidade.

No fim, O Estrangeiro vale a visita principalmente por Jackie Chan, que apesar de estar com mais de 60 anos, ainda possui toda a versatilidade e vitalidade para realizar inúmeras cenas de luta e combate, da forma que só ele sabe fazer, mostrando que não há idade para continuar batalhando e trabalhando naquilo que amamos e acreditamos.

Bom

Foto: Diamond Films Brasil

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