5 Filmes de Paul Thomas Anderson


Trama Fantasma (Phantom Thread, 2017), o novo filme indicado ao Oscar do cineasta Paul Thomas Anderson, estreia essa semana no Brasil com a provável última atuação de Daniel Day-Lewis (Lincoln), que anunciou sua aposentadoria do cinema recentemente. Aproveitando a oportunidade, indicarei 5 filmes da ótima filmografia do diretor, para você que se interessa em descobrir mais sobre a obra do mesmo.


Boogie Nights: Prazer Sem Limites (Boogie Nights, 1997)


Em seu segundo longa-metragem, Paul Thomas Anderson decide falar sobre a indústria pornográfica dos anos 70. O filme é baseado em um curta-metragem que ele dirigiu na adolescência, chamado "The Dirk Diggler Story", este, por sua vez, baseado no documentário chamado "Exhausted: John C. Holmes, The Real Story", sobre a trajetória do ator pornô John Holmes.

Originalmente, Leonardo DiCaprio (O Lobo de Wall Street) interpretaria o papel principal, no entanto, como ele já havia se comprometido com Titanic, de James Cameron (Avatar), acabou indicando Mark Wahlberg (O Dia do Atentado) para o papel.

No filme, Eddie Adams (Wahlberg) é um garçom é descoberto pelo diretor pornô Jack Horner (Burt Reynolds), que o transforma em Dirk Diggler, a sensação dos filmes adultos. Apoiado por um círculo de amigos que inclui os colegas atores Amber Waves (Julianne Moore), Rollergirl (Heather Graham) e Reed Rothchild (John C. Reilly), Dirk satisfaz todas as suas ambições, mas uma combinação tóxica de drogas e egoísmo ameaça levá-lo à ruína.

O filme foi indicado em três categorias do Oscar: melhor atriz coadjuvante (Julianne Moore), melhor ator coadjuvante (Burt Reynolds) e melhor roteiro original.


Magnólia (Magnolia, 1999)


Seria Magnólia a obra-prima definitiva de Paul Thomas Anderson? Difícil dizer, mas o certo é que trata-se de um filme incrível, com todas as metáforas existentes em suas mais de 3 horas de duração. O tipo de produção que absorvemos sempre algo novo a cada nova assistida.

A trama se passa em um dia em San Fernando Valley, na Califórnia, nos arredores da rua Magnólia, onde a vida de nove personagens são interligadas através de um programa de televisão onde um grupo de três crianças desafiam três adultos. Acompanhamos um pai à beira da morte, uma jovem esposa, um enfermeiro, um filho perdido, um policial apaixonado, um menino gênio, um ex-gênio, o apresentador do programa e uma filha afastada, cujas histórias se cruzam por coincidências do destino.

O longa foi todo filmado em segredo, além da montagem ter sido feita pelo próprio PTA. Mais uma vez sua obra receberia indicações ao Oscar em três categorias: melhor ator coadjuvante (Tom Cruise, com o seu guru sexual), melhor canção original (Aimee Mann com a música "Save Me") e melhor roteiro original. 


Embriagado de Amor (Punch-Drunk Love, 2002)


Em Embriagado de Amor, Paul Thomas Anderson decidiu contar a história que tinha em mente com o ator mais improvável possível: Adam Sandler (Como Se Fosse a Primeira Vez). Ele que há havia declaro que gostaria muito de trabalhar no gênero das comédias românticas do ator, o que realmente ocorreu.

O filme fala sobre Barry Egan (Sandler), um homem tímido e solitário que um dia se apaixona por uma colega de trabalho de sua irmã, Lena (Emily Watson). Paralelo a isso, Barry começa ser chantageado por uma atendente de telesexo com a qual conversou numa noite.

PTA decidiu por esse longa após ler um artigo na revista "Time", sobre um homem que, após descobrir um erro de cálculo numa promoção de pudins que ofereciam milhas, comprou cerca de 12.150 embalagens de pudim ao custo de US$ 3 mil, acumulando mais de 1,25 milhões de milhas aéreas. O diretor então adquiriu os direitos desse caso para escrever seu roteiro.

Crítica e público receberam com estranheza esse anúncio, mas depois da exibição, o filme foi aclamado pela própria crítica, apesar de ter sido um fracasso de bilheteria. O longa recebeu diversas indicações a premiações, incluindo uma vitória em Cannes na categoria de melhor direção. Já Adam Sandler (que está ótimo no filme), venceu na categoria de melhor ator em comédia no Globo de Ouro.


Sangue Negro (There Will Be Blood, 2005) 


Esse não foi considerado o "filme da década" pela revista Rolling Stone por acaso. Sangue Negro é o filme de Paul Thomas Anderson que recebeu a maior quantidade de críticas positivas e inúmeras indicações a prêmios, trazendo atuações estupendas de Daniel Day-Lewis (Gangues de Nova York) e Paul Dano (Okja).

Trata-se da história de um garimpeiro (Day-Lewis) que compra os direitos do óleo proveniente do rancho de uma família, travando uma dura batalha pelo poder e domínio da renda do comércio de petróleo. Posteriormente a trama se converte em uma alegoria sobre ambição e fé, representada pelo garimpeiro que realiza o sonho americano e é conseqüentemente destruído por ele.

O roteiro de PTA é influenciado pelo livro "Oil!" de Upson Sinclair. Em entrevista para o site "The A.V. Club", o diretor falou sobre essa influência:

"Lembro-me da forma que minha mesa ficou, com tantos pedaços diferentes de papel e livros sobre a indústria do petróleo no início do século 20, misturado com pedaços de outros scripts que eu tinha escrito. Tudo estava vindo de tantas fontes diferentes, mas o livro foi um grande trampolim. Era tão coeso, o jeito que Upton Sinclair escreveu sobre esse período e suas experiências em torno dos campos de petróleo e estes petroleiros independentes. Dito isto, o livro foi tão longo que apenas as primeiras 100 páginas que acabamos usando, porque há um certo ponto em que ele se desvia muito do que a história original é. Nós realmente fomos infiéis ao livro. Isso não quer dizer que eu realmente não gosto do livro. Eu adoro. Mas havia tantas outras coisas que flutuavam ao redor. E em um certo ponto, eu me tornei consciente das coisas que ele estava se baseando. O que ele estava escrevendo era sobre a vida dos barões do petróleo Edward Doheny e Harry Sinclair. Por isso, foi como ter o livro como um bom colaborador." 

Vale citar que a trilha-sonora foi composta por Jonny Greenwood, guitarrista do Radiohead. Além disso, o filme foi indicado em 8 categorias do Oscar, vencendo duas: melhor fotografia (0Robert Elswit) e melhor ator (Daniel Day-Lewis).


O Mestre (The Master, 2012) 


Em O Mestre, Freddie Quell (Joaquin Phoenix) é um soldado veterano da Segunda Guerra Mundial lutando para se ajustar a uma sociedade pós-guerra, quando conhece Lancaster Dodd (Philip Seymour Hoffman), líder de um movimento religioso conhecido como "A Causa", que vê algo em Quell e aceita-o no movimento. Freddie começa a admirar a religião e começa a viajar com Dodd ao longo da Costa Leste para divulgar tais ensinamentos.

O longa se inspira nas origens da cientologia e do seu criador, L. Ron Hubbard, porém, não procura condená-lo, e sim, trabalhar em seus personagens principais com uma narrativa coesa e muito bem elaborada para demonstrar o quão desacreditados do mundo ao seu redor eles estão.

A obra teve uma recepção mista, justamente por tratar de um tema tão delicado, porém foi indicado em 3 categorias do Oscar: melhor atriz coadjuvante (Amy Adams), melhor ator coadjuvante (Philip Seymour Hoffman) e melhor ator (Joaquin Phoenix).

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