CRÍTICA | Estrelas de Cinema Nunca Morrem

Direção: Paul McGuigan
Roteiro: Matt Greenlalgh
Elenco: Jamie Bell, Annette Bening, Julie Walters, Stephen Graham, entre outros
Origem: Reino Unido
Ano: 2017


A vida amorosa dos astros e estrelas de Hollywood sempre desperta um grande fascínio, tanto no público em geral quanto nos próprios produtores, roteiristas e diretores, sempre tão ávidos à procura por histórias chocantes e casos espetaculares para transformarem em roteiros e consequentemente em filmes ou séries de sucesso. 

Um affair entre uma atriz premiada, praticamente em decadência ,e um jovem ator inglês é a temática de Estrelas de Cinema Nunca Morrem (Film Stars Don't Die in Liverpool), obra realizada pelo cineasta britânico Paul McGuigan (Xeque-Mate). Trata-se da adaptação de livro homônimo, biografia do ator Peter Turner (A Tempestade), também britânico, sobre seu relacionamento com a atriz norte-americana Glória Grahame (Os Desajustados).

Na trama, ambientada no final da década de 1970, conhecemos os anos finais da trágica vida de Glória (Annette Bening) – ganhadora do Oscar de melhor atriz coadjuvante pelo filme Assim Estava Escrito (The Bad and the Beautiful), em 1953 –, que sofre de uma doença terminal. Entretanto, ela encontra uma nova perspectiva de vida ao iniciar um relacionamento com um jovem ator aspirante, Peter (Jamie Bell), 28 anos mais novo. 

Foto: Diamond Films Brasil

Em um tom nostálgico, a veterana Annette Bening (Mulheres do Século 20) brilha ao conduzir o longa-metragem de forma magistral, ao trazer uma mulher com 4 casamentos malfadados e que precisa se reinventar constantemente para continuar trabalhando em Hollywood, indústria conhecida pelo machismo e o conservadorismo. Já através da atuação de Jamie Bell (Ninfomaníaca), vemos a transformação e o amadurecimento de um jovem inconsequente tornando-se um adulto e ator respeitado na cena local.

De forma delicada, o diretor aborda a relação dos dois sem polemizar ou hostilizar o relacionamento, através de um roteiro simples e bem aprofundado, que explora tanto os conflitos de geração, quanto clichê de que "não há idade ou fronteiras para viver um grande amor". Essa premissa é reforçada através de um bom design de produção, que aposta na reconstituição minuciosa dos detalhes na década, representados por uma belíssima fotografia e enquadramento de planos gerais.

Estrelas de Cinema Nunca Morrem fez sua estreia no conceituado Festival Internacional de Cinema de Toronto, no Canadá, e trouxe referencias a inúmeras obras de Shakespeare, bem como vários filmes icônicos como Alien, O Oitavo Passageiro e Uma Rua Chamada Pecado. Trata-se  de uma obra que agrada aqueles que amam cinebiografias e romances impossíveis, podendo arrancar lágrimas até dos espectadores mais frios. 

Foto: Diamond Films Brasil

Ótimo

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