REVIEW | La Casa de Papel



Quando lançado no Brasil, o time formado pelo Professor (Álvaro Morte), Tóquio (Úrsula Corberó) e cia, não teve um grande alarde por parte da Netflix. No entanto, como um tiro, La Casa de Papel conquistou muito rápido o público brasileiro. E o que é mais impressionante: de maneira orgânica, ou seja, no boca a boca.

A série da emissora de TV espanhola A3 foi um sucesso e nos apresentou personagens extremamente carismáticos e bem desenvolvidos. Nos restava saber como seria a conclusão desse enredo nos 6 episódios seguintes (já que a Netflix a dividiu assim), lançados recentemente pela gigante do streaming, e que revelariam o desfecho do maior assalto do mundo. 

O seriado se passa na Espanha e narra a história de um grupo de assaltantes que resolvem roubar a casa da moeda do país. Para não serem descobertos com facilidade, eles utilizam de nome de grandes cidades do mundo como codinome, e seguem um plano orquestrado por um homem denominado apenas como Professor. 

Foto: Divulgação

La Casa de Papel conta com um trunfo importante, a edição, que é muito bem trabalhada. A narrativa ganha um ritmo acelerado que te prende em frente a tela, trazendo “cliffhangers” na dose certa para sempre te querer fazer assistir ao próximo episódio. Uma característica batida, é verdade, mas que funciona, tornando a série uma das melhores para se maratonar atualmente.

Outro ponto a se destacar são as atuações de alto nível. Todo o elenco vai muito bem, Ursula Corberó (Tóquio) a Itzar Ituño (Raquel Murillo), passando por Álvaro Morte (Professor) e Jaime Menéndez (Denver). A construção de cada personagem é bem detalhada, inserindo características e particularidades a cada um deles.

O roteiro, por sua vez, deixa um pouco a desejar. Se na primeira parte soa deveras interessante, cheio de reviravoltas e surpresas ao espectador, na segunda parte, infelizmente, essa qualidade se perde. Soluções exageradas e incabíveis tomam o lugar de uma narrativa que vinha se mostrando (na medida do possível) coesa e realista. No fim, a resolução de várias situações levantadas ao longo da série mostram-se simples e rápidas demais para se tornarem minimamente críveis.

Essa é La Casa de Papel, uma série que te deixa um gosto doce na boca em um primeiro momento, mas que revela-se amarga com o passar dos episódios. É claro que isso não te impedirá de querer saber o que aconteceu com Tokio, Berlim, Rio, Moscou, Nairóbi, Denver, Professor e os outros. Mas cuidado, afinal, a curiosidade matou o gato.

Foto: Divulgação

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