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Postado por
Eduardo Fernandes
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Final Space foi a melhor série que assisti esse ano. Visualmente brilhante, a animação criada por Olan Rogers e David Sacks é daquelas que impactam, emocionam e, em alguns momentos, nos deixam surpreendentemente angustiados. Ao finalizar a temporada, entrou diretamente na minha lista de “precisamos falar sobre”, o que, no meu caso, não demorou muito, pois seus 10 episódios foram devorados como se fossem puxados por um grande buraco de minhoca.
A aventura espacial segue a jornada de Gary Goodspeed (Olan Rogers), único tripulante da nave Galaxy One. Ou melhor, prisioneiro, já que o veículo na verdade é uma prisão espacial, onde o mesmo vive há 5 anos, sem qualquer comunicação com o exterior. A bordo da embarcação há apenas robôs, como o temperamental KVN (Fred Armisen), alguns cookies e a inteligência artificial H.U.E. (Tom Kenny, a eterna voz do Bob Esponja).
Quando apenas algumas semanas o afastam da liberdade, Gary encontra Mooncake (também dublado por Rogers), ou pelo menos esse é o nome que ele a batiza. A criatura verde está sendo perseguida pelo cruel Lord Commander (David Tennant) e, a princípio, por um caçador de recompensas, o Avogato (Coty Galloway).
Gary jura defender Mooncake, simplesmente por achá-lo uma criatura bonitinha e que lhe deu carinho (é muita solidão). Tal decisão, mesmo depois dos alertas de Avogato, fez ambos se tornarem alvos do Lord Commander e de quase todos na galáxia. Nesse meio tempo, ainda há a busca por Gatito (Steven Yeun) e a esperança de encontrar seu (quase) amor Quinn (Tika Sumpter).
Como uma clássica aventura espacial, sobram referências à obras do gênero, como 2001: Uma Odisseia no Espaço, Star Wars, Futurama, Star Trek e, por que não, Guardiões da Galáxia. Nenhuma delas, porém, se aproxima tanto da produção como Rick and Morty. E apesar de beber (diria mergulhar) nessas fontes, Final Space consegue ser algo único, diferente de todas as suas influências. E isso é incrivelmente bom.
Muito mais do que apenas uma odisseia, a animação fala sobre pessoas e suas relações (ou a ausência delas). Ao final da jornada, não tem como você não ter se apegado a praticamente todos os personagens, ou não querer um mini Avogato ou Mooncake para chamar de seu. E aí está um dos maiores méritos da produção. Apesar de ser extremamente engraçada e recheada de humor, a série nos contrapõe com momentos cruéis e angustiantes. Há tempos eu não sentia um aperto no peito por me apegar tanto a personagens em tela.
No entorno de tudo isso temos um trabalho de animação primoroso. Tudo é amplamente colorido e vivo. As tomadas de plano aberto são incríveis e permitem com que o espectador compreenda um pouco do que pode ser a solidão do espaço. Em alguns momentos chaves, inteligentemente, ainda optam pelo silêncio. Em meio há tanto diálogo, principalmente com o falante Gary, a escolha é uma forma de nos fazer apreciar ou digerir tudo que o ambiente e os personagens estão passando.
Foto: TBS |
E é nesse ponto que trago o sexto episódio. Não entrarei em detalhes para não estragar a experiência que ele representa para a série, mas ao final, confesso, foram alguns minutos olhando pra tela, calado, tentando absorver tudo que havia acontecido. São momentos assim que transformam uma animação qualquer em algo memorável.
Caramba, Final Space, caramba.
A série foi lançada pela TBS, lá no começo do ano, em fevereiro. Já no final de julho, foi distribuida pela Netflix aqui no Brasil. A segunda temporada está confirmada para 2019, e apenas lamento que não estamos lá ainda para poder assistir novos episódios.
Excelente |
Eduardo Fernandes é jornalista, fã do Avogato e acha o Gary um irmão gêmeo perdido do Peter Quill.
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