CRÍTICA | Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1

Direção: David Yate
Roteiro: Steve Kloves
Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Ralph Fiennes, Alan Rickman, entre outros
Origem: Reino Unido / EUA
Ano: 2010


Saudades dos tempos em que as únicas preocupações de Harry Potter (Daniel Radcliffe) eram Draco Malfoy (Tom Felton), Severo Snape (Alan Rickman) e uma ou outra eventual detenção escolar. O clima tenso que se estabeleceu no mundo mágico logo viria a atingir o mundo trouxa. Com Voldemort (Ralph Fiennes) a solta, seu exercito se multiplicando e Alvo Dumbledore (Michael Ganbom) morto, resta ao jovem bruxo a difícil tarefa de encontrar as Horcruxes (objetos enfeitiçados onde uma pessoa oculta parte de sua alma, uma maneira de poder retornar se seu corpo for destruído) e tentar acabar com o vilão, mesmo que isso custe sua vida.

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1 (Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 1) inicia com  o garoto na antiga casa de seus tios, que já partiram. Hermione (Emma Watson) e Rony (Rupert Grint), assim como uma comitiva de bruxos que traçou uma operação para protegê-los no caminho até a Toca, muitos deles tomando a Poção Polissuco, para se passarem por Harry e confundirem eventuais adversários. Todos partem, porém um exército de Comensais da Morte já o esperavam e um conflito se inicia.

Já no destino, após muitas vidas perdidas, Rufus Scrimgeour (Bill Nighy), o Ministro da Magia, os visita para ler o testamento de Dumbledore e entregar alguns pertences ao trio principal. Rony fica com o seu desiluminador, Hermione ganha o livro "Os Contos de Beedle, o Bardo" e Harry recebe o primeiro pomo de ouro que apanhou, lá em A Pedra Filosofal. Logo em seguida acontece o casamento de Fleur e Gui, que é interrompido por mais um ataque de Comensais. Para se proteger o trio desaparata e parte em uma jornada isolada pela própria sobrevivência.

Foto: Warner Bros Pictures

O roteiro aqui é bastante interessante, pois mostrar mais da ameaça que os Comensais da Morte representam aos dois mundos, já que é costumeiro termos notícias de bruxos e trouxas desaparecendo ou sendo assassinados. O amadurecimento da narrativa é inevitável, porém, ao mesmo tempo, trata-se do filme mais intimista da saga, pois na maior parte do tempo vemos apenas o trio protagonista deslocando-se de um lugar para o outro, na esperança de não serem descobertos e tentando localizar e destruir as Horcruxes faltantes. É evidente que a falta de ação acaba tornando a narrativa mais lenta, mas o envolvimento com os personagens é tão grande aqui, que o espectador não perde o interesse em momento algum.

Para que a proposta funcionasse, os atores precisariam carregar o longa, e, nesse ponto, as atuações não decepcionam. Daniel Radcliffe (Será Que?) vê seu Harry no pior momento de sua vida, já que o mundo que ele havia tardiamente conhecido e amado está ruindo a cada dia. Emma Watson (A Bela e a Fera) faz de sua Hermione um elo de ligação que mantém os três juntos mesmo nos momentos mais adversos. Rupert Grint (Snatch) ganha um foco inesperado, já que Rony sofre com os ataques a sua família e sofre com os efeitos do medalhão que carrega.

A design de produção segue impecável, desde os folhetos onde Harry é apresentado como o "Indesejável Nº1" até as colunas no átrio do Ministério da Magia, que colocam bruxos acima de trouxas, similares as propagandas nazistas da Segunda Guerra Mundial. Sútil e bem feito.

Os efeitos visuais também estão muito bons, especialmente nos momentos da batalha entre Voldemort e Harry nos céus, o feitiço que envolve o medalhão, e todas as aparições da cobra Nagini, que sempre soa ameaçadora. Porém, uma escolha me desagradou: Dobby, o elfo doméstico. O visual do personagem foi suavizado demais, soando levemente artificial e diferente do quê vimos em A Câmara Secreta, onde tinha mais rugas e polos pelo corpo.

Foto: Warner Bros Pictures

Vale destacar também a sequência em animação do "Conto dos Três Irmãos", onde somos apresentados a uma história de três irmãos que enganaram a Morte, culminando em um dos símbolos mais icônicos da saga: as Relíquias da Morte, que são objetos mágicos que, quando reunidos, fazem do portador o senhor da Morte. O simbolo é representado por um triângulo que representa a Capa de Invisibilidade, um círculo que representa a Pedra da Ressurreição e um traço que representa a Varinha das Varinhas.

Com uma belíssima trilha sonora composta por Alexandre Desplat (A Forma da Água), Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1 soa inconclusivo, afinal é de fato a primeira parte de um desfecho aguardado, mas é extremamente eficiente em sua função. Mesmo tendo um clima mais pesado e introvertido que os outros filmes, sendo bem similar a um road movie, ainda carrega a assinatura da saga do bruxo mais famoso do mundo, assim como o selo de qualidade de suas adaptações.

Ótimo


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