CRÍTICA | Slender Man: Pesadelo Sem Rosto

Direção: Sylvain White
Roteiro: David Birke
Elenco: Joey King, Julia Goldani Telles, Javier Botet, entre outros
Origem: EUA
Ano: 2018


Criado em meados de 2009 em um fórum da internet, o mito do Slender Man logo ganhou força e se espalhou rapidamente ao redor do mundo. A lenda urbana fala sobre uma criatura semelhante a um homem muito alto, muito magro, com braços enormes, sempre usando paletó e sem rosto. Ainda segundo a história, a "criatura" é capaz de hipnotizar suas vítimas e também tem como alvo principal crianças e jovens.

Apesar de parecer mais uma lenda urbana entre várias, o mito acabou gerando reações inimagináveis. Em 2014, duas jovens norte-americanas de 12 anos cada, chamadas Morgan e Anissa, atraíram uma de suas colegas, Payton, também de 12 anos, para um bosque na cidade de Waukesha (Wisconsin) e lá a esfaquearam 19 vezes. As duas alegaram que a tentativa de homicídio seria uma maneira de agradar Slender Man, uma forma de subirem na hierarquia de seu mundo. Payton felizmente sobreviveu ao ataque e as jovens acabaram diagnosticadas com problemas psiquiátricos. Ambas seguem internadas em hospitais para pacientes com transtornos.

Essa introdução é importante para que você entenda a premissa do longa Slender Man: Pesadelo Sem Rosto (Slender Man), dirigido por Sylvain White (Assassinato em 4 Atos), que retrata a história de quatro amigas que, em uma noite qualquer, decidem assistir a um vídeo na internet que supostamente serve como forma de invocação da criatura sem face. Infelizmente, o que elas não imaginavam, era que um simples vídeo poderia abrir espaço para um mundo sobrenatural e aterrorizador. Agora, Hallie (Julia Goldani Telles), Wren (Joey King), Chloe (Jaz Sinclair) e Katie (Annalise Basso) terão que, juntas, encontrar uma forma de parar Slender Man.

Foto: Sony Pictures

Bom, só por essa pequena sinopse já dá pra perceber uma coisa sobre Slender Man: sim, ele é um filme adolescente. Mesmo com a premissa de ser uma boa obra de terror e adaptar uma história “polêmica”, já que a família de Payton manifestou o seu descontentamento com o lançamento do longa, a produção esbarra na simplicidade de algo produzido para jovens dos anos 1980/1990, talvez.

Mesmo com ótimas imagens, bons cortes de câmera e uma paleta de cores bem estruturada, Slender Man: Pesadelo Sem Rosto não convence o espectador. Isso porque o longa não inova em nenhum aspecto e no fim parece uma colcha de retalhos de tudo que já vimos anteriormente no cinema de gênero. Quem assiste ao filme percebe muito de O Chamado (2002), por exemplo, principalmente nos momentos em que a trama se torna mais psicótica. Isso sem mencionar a escolha de um vídeo amaldiçoado e situações sobrenaturais que acontecem em seguida. Alguém já viu isso antes? Eu sim.

Além disso o filme conta com um elenco fraquíssimo e uma escolha de protagonista completamente equivocada. A atriz Julia Goldani Telles (Nurse Jackie), possui zero de carisma na trama e é para lá de "sem sal". Já Joey King (A Barraca do Beijo) merece destaque, já que consegue nos oferecer a melhor atuação do longa.

A obra ainda apresenta um roteiro fraco e repleto de furos. Com finais inconclusivos para diversos personagens, falta de explicação para inúmeras situações e cenas que foram mostradas no trailer que sequer aparecerem no longa, o filme entrega ao espectador metade do esperado.

Foto: Sony Pictures

E apesar de uma fotografia que agrada o espectador, os efeitos especiais do filme deixam bastante a desejar, soando cômicos em muitos momentos. O próprio "monstro" é mais do que decepcionante, simplesmente por não parecer que não tem rosto e sim remeter a um homem com uma meia suja enfiada na cabeça. Desculpe, mas eu precisava ser sincera.

Enfim, Slender Man: Pesadelo Sem Rosto tenta, mas não chega lá. Quem sabe na próxima, não é mesmo?

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