CRÍTICA | O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio


Direção: Tim Miller
Roteiro: David S. Goyer, Justin Rhodes e Billy Ray
Elenco: Linda Hamilton, Arnold Schwarzenegger, Mackenzie Davis, Natalia Reyes, Gabriel Luna, entre outros
Origem: EUA / China
Ano: 2019


Empolgante em seus dois primeiros filmes e decepcionante nas sequências que vieram desde então, a franquia O Exterminador do Futuro tem sofrido para voltar ao holofotes. A nova aposta é esse O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio (Terminator: Dark Fate), sexto longa-metragem da saga, mas que na verdade é o terceiro capítulo dentro de uma cronologia que desconsidera tudo que foi produzido após O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991). Isso porque James Cameron (Titanic) reassumiu o posto de produtor da franquia.

A narrativa se passa 27 anos após os eventos do filme de 1991, quando a Skynet envia um novo exterminador, o Rev-9 (Gabriel Luna), para eliminar Dani Ramos (Natalia Reyes), uma mulher cujo herdeiro tem potencial para ser o novo líder da resistência humana contra os ciborgues. Para protegê-la, a híbrida Grace (Mackenzie Davis) é enviada do ano 2042 pela resistência, traçando o cenário já conhecido da franquia. Além dela, Sarah Connor (Linda Hamilton) e um velho T-800 (Arnold Schwarzenegger) também retornam para mais uma luta pela salvação da raça humana.

A produção se preocupa em resgatar os bons momentos da saga, com sequências de ação com muita adrenalina, amparadas por efeitos digitais de qualidade, algo que ficou ausente das obras anteriores. Além disso, Destino Sombrio apresenta ótimos personagens com potencial para novas histórias, assim como um T-800 ainda mais humanizado, com capacidade para compreender os sentimentos dos humanos e se colocar na posição deles.

Foto: Fox Film do Brasil

Sarah Connor, que já carregava grande importância no legado deixado por Cameron, ganha o devido peso de sua presença para a trama. É ela quem provoca a maioria dos desdobramentos de roteiro, chamando para si a responsabilidade dos atos na tentativa de recolocar a franquia nos trilhos. E nesse ponto Linda Hamilton (O Inferno de Dante) retorna em grande forma, após tanto tempo longe das telas. Assim como Arnold Schwarzenegger (Maggie: A Transformação), que volta a protagonizar cenas vibrantes nessa produção, com cenas de alta carga dramática, especialmente aquelas que divide com Hamilton.

Do novo elenco, Mackenzie Davis (Blade Runner 2049) é a grande revelação, convincente não apenas na ação, mas especialmente no drama de sua personagem. Grace é desenvolvida de maneira competente pelo roteiro, com seu histórico humano e sua transição para um ser híbrido retratados de forma sistemática. Sua conexão com Dani Ramos é um dos pilares do filme. Natalia Reyes (Pássaros de Verão), por sua vez, encara com personalidade e segurança a missão de ser peça importante na obra, contribuindo de forma positiva para a franquia. Já Gabriel Luna (Do Outro Lado da Fronteira) é o vilão da vez, não tão marcante quanto os exterminadores que vimos no passado (é difícil bater Schwarzenegger e Robert Patrick), mas competente dentro da proposta.

Vale citar novamente a qualidade dos efeitos digitais, que não apenas matam a saudade dos melhores momentos da franquia, como atualiza os robôs do universo concebido por Cameron, como as rápidas transições do androide para um corpo desejado, ou mesmo a rápida regeneração de membros danificados após serem alvejados.

Foto: Fox Film do Brasil

O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio conta com a direção competente de Tim Miller (Deadpool), que faz o fã da saga ter motivo para sorrir pela primeira vez em anos, com muita ação, nostalgia e uma trama envolvente. É sempre bom lembrar dos clássicos abrindo portas para novas gerações.

Ótimo

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