CRÍTICA | Meu Amigo Totoro

Direção: Hayao Miyazaki
Roteiro: Hayao Miyazaki
Elenco: Hitoshi Takagi, Noriko Hidaka, Chika Sakamoto, entre outros
Origem: Japonês
Ano: 1988


Falar de filmes carismáticos e repletos de fantasia é sempre bom. Não existe nada mais gostoso do que sentar no sofá e assistir a uma obra, do começo ao fim, com um sorriso imenso no rosto e os olhinhos brilhando. Meu Amigo Totoro (Tonari no Totoro), animação icônica e mundialmente conhecida do Studio Ghibli, é um desses exemplos, e fico feliz de poder escrever sobre ele neste momento.

Na trama acompanhamos as irmãs Satsuki (Noriko Hidaka) e Mei (Chika Sakamoto) em sua mudança para o interior do Japão ao lado do pai, Tatsuo (Shigesato Itoi), com a intenção de ficarem mais perto do hospital no qual a mãe das meninas está internada em recuperação. Na nova casa, elas irão conhecer adoráveis espíritos da floresta, entre eles o fofíssimo Totoro (Hitoshi Takagi), que irá acompanhar as pequenas em experiências fantásticas e aventuras mágicas.

Analisando friamente a sinopse de Meu Amigo Totoro, é possível imaginar que se trata de uma obra simples em demasia, "boba", mas é aí que mora o engano. Como tudo que é produzido pelo Studio Ghibli, a animação possui diversas camadas a serem exploradas. Não à toa é tido como favorito por muitos fãs da produtora e acabou se tornando símbolo da marca, com uma infinidade de produtos sendo comercializados.

Foto: Studio Ghibli

Para além de pelúcias e de criaturas místicas, acredito que o que há de mais encantador no roteiro é algo muito mais profundo e intenso: as relações. Desde o principio o relacionamento entre os personagens é o que há de mais forte na trama. As protagonistas possuem um laço sincero e fortíssimo, existe cuidado, respeito, carinho e uma conexão importante entre as irmãs.

A relação paterna não é diferente. Tatsuo é um pai amoroso e dedicado às filhas e, com muita paciência e doçura, está sempre incentivando a imaginação de ambas. É interessante analisar que a família se mudou em razão da mãe doente, mas o fato nunca é retratado com tristeza ou pesar, pelo contrário, são valorizados os sentimentos de união, carinho e alegria. Além disso, o fortalecimento da relação das meninas com a nova comunidade é algo tocante.

Meu Amigo Totoro é uma obra rica em detalhes. Visualmente falando, temos uma animação impecável e que parece não envelhecer com o tempo, característica marcante do Studio Ghibli. Elementos fortes da cultura japonesa também se fazem presentes e são outro ponto forte da produção, que tratada com imenso carinho por seu idealizador, Hayao Miyazaki (O Castelo no Céu).

Em resumo, ao terminar de assistir Meu Amigo Totoro, fica fácil perceber o motivo do filme ser tão querido, tendo sido referenciado até mesmo em outras animações como Toy Story 3 (2010). Fofo ao extremo, explorando imaginação, relações e emoções humanas - em especial as infantis - tão conflitantes e ainda em desenvolvimento. Uma obra delicada e sentimental.

Foto: Studio Ghibli


Ótimo

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