CRÍTICA | O Rei Leão

Direção: Roger Allers e Rob Minkoff
Roteiro: Irene Mecchi, Jonathan Roberts e Linda Woolverton
Elenco: Matthew Broderick, Jeremy Irons, James Earl Jones, Whoopi Goldberg, Rowan Atkinson, entre outros
Origem: EUA
Ano: 1994

Depois do sucesso de A Bela e a Fera (1991) e Aladdin (1992), a Disney conseguiu superar todas as expectativas e quebrar recordes de público dentro e fora dos EUA. O Rei Leão (The Lion King) pode ser considerado um dos grandes clássicos do estúdio. Um filme engraçado, dramático, romântico e musical, que marca e atravessa gerações deste então.

Dirigido por Roger Allers (O Bicho Vai Pegar) e Rob Minkoff (O Pequeno Stuart Little), a animação inicia de forma arrepiante com a estrondosa canção “Ciclo Sem Fim”, mostrando o nascimento do pequeno Simba (Matthew Broderick), o herdeiro do trono de Mufasa (James Earl Jones), sendo apresentado aos demais animais do reino na Pedra do Rei. O grande sábio da região, Rafiki (Robert Guillaume), dá a sua benção ao filhote e prevê um grande futuro para o pequeno leão.

Seu tio Scar (Jeremy Irons) sempre almejou ser rei e tem grande inveja do irmão e de seu sobrinho. Nas tomadas iniciais da cena dos dois, Simba está sempre na luz, enquanto seu tio está no escuro. O objetivo dos diretores era estabelecer visualmente os lados que seriam postos ao longo daquela jornada. O protagonista, como toda criança, é ingênuo, não percebendo a maldade e o desprezo de seu tio, e, por isso, embarca facilmente na ideia de ir ao Cemitério de Elefantes, fora dos domínios do seu pai. Scar, em companhia de suas inseparáveis e leais servas hienas, tramam um plano para acabar de vez com Simba e Mufasa, para que ele se torne o novo líder da Pedra do Rei.

O Rei Leão é inspirado na trágica história de Hamlet, mas ao invés de se passar num palácio, acontece na savana africana, apresentando os mesmos elementos da trama shakespeariana, como: um vilão invejoso que mata seu próprio irmão para lhe tomar o lugar de rei, o exílio do herdeiro legítimo e sua volta triunfal para tomar posse daquilo que lhe pertencia por direito, além do jovem leão Simba tendo visões de seu pai morto.

Walt Disney Pictures

Além de pinçar elementos dramáticos e temas em outras histórias já consagradas e saber dosá-las numa trama original, os produtores tiveram cuidados que incluíram uma passagem pelo Quênia, na África, para pesquisar, fotografar e desenhar cenários e animais típicos da savana. Como costuma acontecer nos desenhos da Disney, alguns animadores viajaram para o continente africano com o intuito de compor, com a maior fidelidade possível, o cenário em que ocorre a história. Os desenhos mostram a atmosfera pegajosa das florestas africanas, o pôr-do-sol alaranjado dos lados do Oceano Índico e paisagens que lembram as savanas “solitárias”. As sequências são de encher os olhos e o resultado não poderia ter sido melhor.

Além da qualidade pictórica da animação, com sua exuberância de cores e detalhes gráficos, a construção das personagens e, principalmente, a inspirada trilha sonora de Hans Zimmer (A Origem) - que contou com canções compostas por Elton John () em parceria com o compositor Tim Rice () - reservou de imediato o lugar de O Rei Leão como novo clássico da animação Disney. Prova disso é que a trilha sonora, quando comercializada, atingiu a marca de 25 milhões de cópias vendidas em todo o mundo.

Por fim, em 1997, a história acabou sendo adaptada para um musical de sucesso da Broadway, fazendo o caminho inverso do que normalmente acontece com os filmes de Hollywood.

É preciso também comentar as vozes escolhidas para dar vida aos icônicos personagens da produção. Jeremy Irons (Liga da Justiça) interpreta Scar, o grande vilão da história. James Earl Jones (Um Príncipe em Nova York) faz a potente voz de Mufasa. Jonathan Taylor Thomas (O Homem da Casa) faz a voz de Simba criança e Matthew Broderick (Curtindo a Vida Adoidado) do personagem adulto.

O Rei Leão resiste ao tempo. Uma obra que atrai crianças e adultos, de todas as idades, há mais de 25 anos. Inesquecível.

Walt Disney Pictures


Excelente

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