Doctor Who | 9ª Temporada


Ando afastado da escrita faz algum tempo, o blog em si tem tido poucas atualizações (algo que mudará em breve) mas não podia deixar de escrever sobre a ótima 9ª temporada de Doctor Who. Um ano quase que irretocável para a série, que deu continuidade com maestria a alguns aspectos apresentados anteriormente e manteve o nível elevado, como tem sido season após season sob o comando de Steven Moffat.

Essa é a 9ª parte de uma série de posts que venho escrevendo desde que me tornei um whovian. Nela faço um balanço geral da temporada, abordando aspectos de roteiro, desenvolvimento de personagens, atuações, episódios favoritos, entre outros. Você pode conferir os textos das temporadas passadas clicando AQUI. Tem até um podcast especialíssimo sobre o tema. E, é sempre bom dizer, haverão alguns spoilers abaixo, ok? Preparados? Geronimo!


 THE DOCTOR 

Nessa nova era de Doctor Who, onde os protagonistas costumam ficar na série por 3 anos, o 2º ano parece ser determinante para os atores mostrarem de fato a que vieram. É quando dominam o personagem e conseguem trazer de vez suas características, ao mesmo em que imprimem sua personalidade ao "seu" Doutor. Com Peter Capaldi não foi diferente.

Já alçado a posição de Doutor favorito de muita gente à essa altura, Capaldi consegue transitar entre a amargura que vimos na 8ª temporada com a doçura de suas personas anteriores. É possível ver um pouco de Eccleston, Tennant e Smith ali, com um tom mais "Rock'n'Roll", por assim dizer. A sacada dos óculos escuros sônicos e a guitarra que o acompanhou ao longo de toda jornada imprimiram a identidade visual que faltava a ele. E o fato do ator saber tocar o instrumento traz um charme especial a sua figura. Se lembramos de David Tennant pelo terno listrado e os all-star, e de Matt Smith pela gravata borboleta, Capaldi certamente será lembrado pelos óculos, guitarra e, claro, o terno de veludo roxo. A sonic screwdriver fez falta, mas na próxima season ela estará lá, não há motivo para pânico.


 THE COMPANION 

Nunca é fácil despedir-se de uma companion, e essa foi a vez de Clara Oswald. Não contente em nos fazer sofrer apenas uma vez, Moffat nos fez dar tchau 2 vezes a esta que foi una das personagens mais importantes para a cronologia de DW. Não que eu esteja reclamando, pois ambos os momentos foram muito bem construídos e emocionaram, cada um a sua maneira.

Foi interessante ver como Clara assumiu uma postura diferente após a morte de Danny Pink, era como se a personagem tivesse viciado nas aventuras com o Doutor tal como uma droga, esquecendo de todo o resto e embarcando em cada caso como se fosse o último, e era assustador perceber o quanto ela confiava cegamente que ele resolveria qualquer problema a qualquer momento, o que acabou causando a sua morte,

O retorno em Gallifrey foi surpreendente, emocionante, especialmente da forma que foi construída, intercalando os "flashfowards" na lanchonete no deserto. Não sei vocês, mas adorei o desfecho de Clara Oswald com uma Tardis pra chamar de sua.

 EPISÓDIOS 

Essa foi uma temporada de grandes episódios, a maioria deles duplos, o que permitiu um desenvolvimento mais apurado da trama, ao menos no meu ponto de vista. Episódios como os de estreia, The Magician's Apprentice e The Witch's Familiar serviram para mostrar até onde o Doutor iria para salvar Clara, algo que refletiu diretamente no encerramento desta season, fora o retorno de Missy, que certamente voltará de forma pior no 10º ano. Under The Lake e Before The Flood também empolgaram, inclusive estou rindo até agora da cena em que o Doutor levanta do "caixão" como uma múmia com seus óculos escuros.

Não há dúvidas, no entanto, de que o episódio da temporada foi Heaven Sent. Acredito que ele tenha sido um daqueles capítulos singulares da série, como são, por exemplo, Blink ou Vincent and The Doctor. A agonia de não saber ao certo o que se passava naquele labirinto, misturados com o sofrimento (nosso e do Doctor) de perda da Clara, trouxeram um sentimento singular, uma torcida fora do comum para vê-lo livre daquela situação. Só de pensar na quantidade de anos que ele passou ali é de partir o coração, mas nos faz perceber que não há limites para determinação do personagem no que diz respeito aqueles que ele ama. E como não se emocionar com a breve aparição de Clara, tocando o rosto do Doutor e mandando que ele levantasse a bunda do chão. Simplesmente genial.

Hell BentThe Husbands of River Song (com a bonita despedida de River Song) foram apenas a cereja no bolo numa temporada acima da média. Nos resta aguardar pelo retorno de Doctor Who, que promete um hiato um pouco maior que os anteriores.

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