CRÍTICA | Na Mira do Atirador

Direção: Doug Liman
Roteiro: Dwain Worrell
Elenco: Aaron Taylor-Johnson, John Cena e Laith Nakli
Origem: EUA
Ano: 2017


O ano é 2007 e a Guerra no Iraque está praticamente encerrada, no entanto, os sargentos Shaane Mathews (John Cena) e Allan Isaac (Aaron Taylor-Johson) recebem uma chamada de socorro. Ao chegarem ao local, percebem que todos os soldados estão mortos. De repente a dupla é encurralada por um atirador de elite iraquiano, Juba (Laith Nakli), que também intercepta o rádio de comunicação dos soldados e pode ouvir tudo o que eles falam. Só resta a Shane e Isaac se protegerem atrás de frágeis paredes de pedra, onde qualquer movimento brusco pode ser fatal.

Desde as primeiras cenas, com o alvo do rifle sniper em tela, fiquei arrepiado e aterrorizado. O som do ambiente, com o vento forte e o barulho estrondoso dos tiros, davam a sensação de que a guerra ainda não havia terminado, me fazendo ter vontade de me esconder atrás da poltrona da sala de exibição, ou até mesmo querer sair de lá, tamanho foi o realismo proporcionado. Não apenas os tiros, mas as tomadas feitas com a câmera acompanhando os personagens no chão e o destaque no sangramento e nas feridas profundas sofridas, também provocavam certa agonia, dando a sensação de que os personagens não sobreviveriam por tanto tempo.

Crédito: H2O Films

A sensação de aprisionamento e o desespero dos protagonistas por correrem risco de serem atingidos a qualquer instante, serve para nos mostrar como a guerra realmente funciona. Nesse ponto a obra é didática, utilizando de elementos pontuais que ilustram e impactam quem assiste.

A direção é de Doug Liman, responsável por obras como No Limite do AmanhãA Identidade Burne e Sr. e Sra. Smith. Um cineasta que já teve seus altos e baixos na carreira, com alguns sucessos de crítica e público, ainda que tenha obras medianas. Para seu novo filme, resolveu apostar em locações com bastante luminosidade e planos fechados, destacando as expressões faciais agoniadas e sobressaltadas dos soldados, bem como em suas ações, deixando os poucos diálogos em segundo plano.

Aaron Taylor-Johnson (Animais Noturnos) é o motor da história e quem "carrega o filme nas costas". Nas mãos Isaac estão o seu destino e o de seu companheiro ferido, tendo que utilizar das habilidades que aprendeu no exército e, também, contar com um pouco de sorte para saírem vivos dessa. John Cena (Irmãos), por sua vez, ex-campeão de WWE e atual coadjuvante em filmes de ação, também tem participação importante e age em momentos-chave da história.

Crédito: H2O Films

Ainda que o longa conte com poucos atores e com um cenário restrito, a exploração das ações dos personagens, aliadas a edição e a mixagem de som, tornam a produção dinâmica e emocionante, nos convidando a ter uma experiência imersiva. Trata-se de um filme de ação e estratégia, onde personagens precisam pensar e agir em questão de segundos. Ações que podem fazê-los sobreviver por mais tempo.

Na Mira do Atirador é daquelas obras emocionantes, que certamente agradará os fãs do gênero. Uma obra visceral, psicológica e com um autêntico jogo pela sobrevivência. 

Ótimo

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