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Postado por
Nathalia Bottino
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Direção: Taylor Sheridan
Roteiro: Taylor Sheridan
Elenco: Elizabeth Olsen, Jeremy Renner, Jon Bernthal, entre outros
Origem: EUA / Canadá / Reino Unido
Ano: 2017
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Sabe aquele filme que você começa a assistir sem grandes expectativas, mas acaba se surpreendendo de forma marcante? Terra Selvagem foi esse tipo de obra para mim. Inspirado em fatos reais, conta a história de Cory Lambert (Jeremy Renner), um rastreador e caçador de predadores, traumatizado pela morte da filha adolescente, que encontra o corpo congelado de uma menina no meio da neve, na Reserva Indígena de Wind River.
O personagem passa a investigar o crime com o auxílio de Jane Banner (Elizabeth Olsen), uma agente novata do FBI. A jovem não está preparada para lidar com as dificuldades oriundas das temperaturas baixíssimas e da isolação gerada pelo intenso inverno do Wyoming, por isso, pede a ajuda de Cory para que juntos tentem resolver o caso.
Trata-se de uma produção ousada, que toca em assuntos sociais polêmicos, como o racismo contra o povo indígena, buscando trazer uma mensagem de respeito às diferenças. Foi muito elogiado no Festival de Cannes, quando Taylor Sheridan recebeu o prêmio de melhor diretor, ele que havia sido roteirista de A Qualquer Custo (Hell or High Water, 2016) e Sicário: Terra de Ninguém (Sicario, 2015), logo em seu primeiro trabalho no comando.
As sequências de ação são conduzidas de forma implacável, com uma fotografia que valoriza o clima gélido e boas transições de cena. O thriller traz o mistério presente nas estatísticas de homicídio do povo indígena nos EUA, e surgiu justamente devido à decorrência do contínuo extermínio de nativos em aldeias americanas, bem como a impunidade dos casos. Na trama, o assassinato abre antigas feridas do passado de Cory, abalado pela morte de sua filha.
O longa também aproveita para fazer uma crítica sutil ao machismo, pois ninguém acredita na competência de Jane quando ela chega a cidade para assumir o caso, ainda que ele sempre deixe claro que é capaz resolvê-lo. Obviamente, a obra condena severamente o estupro e a objetificação da mulher.
Acima de tudo, é uma história que fala sobre perda e sobre a impossibilidade de fugirmos da dor quando perdemos alguém que amamos. Ainda que o local retratado seja um lugar de esquecimento e desesperança, não se pode deixar a raiva tomar conta, afinal, o mundo sempre vai ganhar. Isso é visto no longa com Cory, que tenta confortar a família de Natalie, a garota assinada, que coincidentemente era melhor amiga de sua filha. A relação entre pais e filhos e a culpa que eles carregam por não conseguir protegê-los, também é algo muito presente na narrativa.
Em determinada cena, Jane pergunta para Cory como Natalie conseguiu correr tantos quilômetros na neve descalça. Cory responde: “Como se calcula a vontade de viver de alguém?”. É disso que se trata. Sobre viver em meio as adversidades e injustiças que o mundo traz, principalmente às minorias. Os índios são guerreiros, que sobrevivem nessa terra por contra própria. Não existe um prado num mundo perfeito.
Críticas
Elizabeth Olsen
Festival do Rio
Festival do Rio 2017
Jeremy Renner
Jon Bernthal
Nathalia Bottino
Terra Selvagem
Wind River
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