CRÍTICA | Star Wars: O Império Contra-Ataca

Direção: Irvin Kershner
Roteiro: George Lucas, Lawrence Kasdan e Leigh Brackett
Elenco: Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher, Billy Dee Williams, Anthony Daniels, David Prowse, Peter Mayhew, Kenny Baker, Frank Oz e Alec Guiness
Origem: EUA
Ano: 1980


O Império Contra-Ataca é episódio mais amado da saga Star Wars na opinião da grande maioria dos fãs e também da crítica especializada. É maior em todos os aspectos em relação ao anterior. Somos apresentados a novos planetas, novos personagens e há um salto considerável no que diz respeito aos efeitos visuais.

O filme inicia logo após os eventos de Um Nova Esperança. Com a destruição da Estrela da Morte, a Aliança Rebelde continua fugindo das investidas do Império Galático, que durante três anos desconhecia a localização da base rebelde, até que algumas sondas de reconhecimento chegam ao planeta gelado de Hoth. Darth Vader (David Prowse) acaba descobrindo o paradeiro dos rebeldes e decide atacar com força total.

Em paralelo a isso, em uma de suas andanças, Luke Skywalker (Mark Hamill) é atacado por um Wampa - uma criatura da neve - e é aprisionado em uma caverna.  Ferido e debilitado, ele acaba tendo uma visão de Obi-Wan Kenobi (Alex Guiness) que o aconselha a procurar por Yoda (Frank Oz) no planeta Dagobah. Nesse meio tempo, Han Solo (Harrison Ford) encontra Luke e ambos partem para a batalha de Hoth.

O embate é doloroso para os rebeldes. Han, Leia (Carrie Fisher), Chewbacca (Peter Mayhew), C-3PO (Anthony Daniels) fogem na Millenium Falcon, enquanto Luke e R2-D2 (Kenny Baker) partem para Dagobah. Enquanto isso, o Imperador (Clive Revill) contata Lord Vader e revela que Luke é filho de Anakin Skywalker, e revela que ele deverá influencia-lo para que o garoto se una ao lado sombrio da Força.

Foto: Lucasfilm

O roteiro aprofunda as tramas já estabelecidas no primeiro filme, dando respostas para perguntas que haviam sido deixadas e, claro, fazendo novos questionamentos. O passado de Luke, por exemplo, é explorado e ganha atenção total nesse Episódio V.

A montagem segue a marca estabelecida, com alternância entre planos longos - ao adentrar em novos planetas, visando nos dar todo o escopo do local -, planos gerais - que mais parecem fotografias ou pinturas - e planos curtos - especialmente nas cenas de ação, mas sem prejudicar o entendimento da geografia da cena, fazendo com que o espectador se senta presente enquanto a ação se desenrola.

A direção de arte faz outra vez um trabalho fantástico, especialmente no desenvolvimento dos planetas. Hoth parece uma versão micro do Polo Norte, parecendo um deserto abarrotado de neve. O iglu que abriga as tropas soa rústico como deve ser, sem muito refinamento ou detalhamento, é uma montanha de neve com alguns túneis e apenas isso. A Cidade das Nuvens que abriga Lando Calrissian (Billy Dee Williams), soa como uma metrópole super desenvolvida, repleta de prédios altos, imponentes, apesar de estarem escondidos sobre grossas camadas de nuvens. Dagobah, por sua vez, parece um pântano, com direito a lago, raízes de árvores bastante largas e afundadas n'água e uma vegetação bastante densa.

A fotografia decide apostar numa paleta de cores mais diversificada. Enquanto em Uma Nova Esperança o trabalho apostava no tom branco e preto, com alguns tons terrosos e poucos tons metálicos, temos em O Império Contra-Ataca a adição de tons pastéis, uma variada paleta de verde (Yoda), uma relativa presença de azul (Lando) e tabém a utilização do vermelho (Vader).

Foto: Lucasfilm

As atuações, como não podiam deixar de ser, ganham novas camadas. Luke está mais maduro e ciente do mundo que o cerca, está aprendendo como é ser um jedi, o que pode acabar por ser mais perigoso do que ele imaginava, e Mark Hamill (Missão Águia) passa essa sensação muito bem ao espectador. Harrison Ford (Indiana Jones e o Templo da Perdição), que a essa altura já era um grande astro em Hollywood, demonstrava seu carisma característico a Solo. Já Carrie Fisher (Os Irmãos Cara de Pau), apesar de não ter sido tão explorada, consegue se fazer presente como a Leia Organa que amamos. O destaque, porém, vai para Billy Dee Williams (Batman), que traz um ar de galã a Lando, sem deixá-lo unidimensional.

Star Wars: O Império Contra-Ataca é um ótimo filme. Continuo achando que Uma Nova Esperança é o melhor capítulo da saga, por tudo que o envolve, mas o Episódio V fica em segundo lugar com louvor. Um refinamento importante da obra original, que ditaria a paixão dos fãs pela saga anos a fio.

Ótimo

Foto: Lucasfilm

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