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Postado por
Nathalia Bottino
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Após todos os problemas de bastidores e eventuais mudanças sofridas, ficou evidente que contar a história do contrabandista cafajeste mais amado da galáxia não seria tarefa fácil. Han Solo: Uma História Star Wars (Solo: A Star Wars Story) sofreu durante a sua realização, muitos acreditam que essa volta às origens do personagem originalmente vivido por Harisson Ford (Blade Runner 2049) não precisaria existir, e infelizmente, talvez essas pessoas estejam certas.
É sabido que Ron Howard (Rush: No Limite da Emoção) assumiu a direção do longa durante a fase final de filmagens, precisando conduzir refilmagens de quase toda a produção, sem alterar a data de estreia mundial. Isso, por si só, merece uma salva de palmas ao cineasta, pois não é trabalho para qualquer um. No entanto, diferente de Os Últimos Jedi, por exemplo, ficou evidente a intenção da Lucasfilm de se afastar de decisões polêmicas, o que resultou em uma obra carente de relevância e emoção.
A rigor, Han Solo não apresenta características negativas que causam incômodo no espectador, mas ao mesmo tempo não traz nada de inovador a saga. O filme soa distante, sem dialogar com a linha narrativa central da franquia (o que para alguns pode soar interessante), limitando-se a referenciar o universo, sem tanta simpatia.
Para fugir das garras de seus captores, o jovem Han Solo (Alden Ehrenreich), acompanhado de sua namorada, Qi’Ra (Emilia Clarke), resolve fugir do planeta arruinado em que nasceu, onde era acostumado a viver roubando. Uma adversidade separa os dois, Han acaba se tornando recruta do Império, para depois se envolver com uma rede de contrabandistas intergalácticos, no intuito de se tornar piloto e retornar para salvar a garota. No caminho ele conhece um amigo que se tornaria inseparável, Chewbacca (Joonas Suotamo).
Talvez o grande problema da obra seja o roteiro, que não traz peso aos personagens, ou mesmo conflitos relevantes que despertem a atenção do público, fazendo com que nos importemos com suas ações em tela. Mesmo aqueles que conhecemos de longa data não trazem grande significado, pois não temos um arco dramático relevante. Emilia Clarke (Game of Thrones) e Woody Harrelson (Três Anúncios Para um Crime) se destacam por seu charme e carisma, mas as reviravoltas e dilemas morais de seus personagens acabam não fazendo muito sentido no contexto geral.
É claro que o filme traz alguns acertos e a androide L3-37 (Phoebe Waller-Bridge). A persoangem não possui uma abordagem tão cômica como a maioria dos droids do universo Star Wars costuma ter, no entanto, apresenta um visual interessante e parece ser a única criatura com emoções genuínas na trama. Sua figura traz a discussão questões de gênero, direitos iguais e justiça social de forma bem-humorada e na medida certa. No entanto, embora esse seu jeito militante conquiste o público, não sei dizer ao certo se ele foi concebido como uma crítica construtiva ou como uma paródia pejorativa.
Outro fato curioso da narrativa é Lando Calrissian (Donald Glover). Assim como Han se tornou um favorito do espectador sem precisar ser o protagonista, dessa vez é Lando quem assume esse papel. O talentoso Donald Glover (Atlanta), como já era esperado, se mostra à vontade no papel, representando algumas das cenas mais cativantes do filme e construindo de forma eficiente sua relação com o protagonista.
É claro que não poderia deixar de falar de Alden Ehrenreich (Ave, César!). O ator incorpora o protagonista de forma surpreendente, não só pelas falas icônicas proferidas, mas por conseguir expressar todo o jeito malandro de Han de forma mais jovial e com aspectos de bom moço, um toque sutil e próprio de seu intérprete. Vale dizer que ele teve a aprovação do próprio Harrison Ford, que declarou recentemente estar feliz com a forma inteligente com que Ehrenreich assumiu sua versão do papel.
Han Solo: Uma História Star Wars é a aventura mais genérica da franquia Star Wars. Possui bons efeitos visuais e uma parte técnica impecável, como de costume, porém é desprovido de emoção. Arrisco dizer que será rapidamente esquecido pelo público, como boa parte dos blockbusters atuais, algo triste de se esperar para um filme da saga.
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