CRÍTICA | Hotel Transilvânia 3: Férias Monstruosas


Direção: Genndy Tartakovsky
Roteiro: Genndy Tartakovsky e Michael McCullers
Elenco: Adam Sandler, Selena Gomez, Kevin James, Steve Buscemi, entre outros
Origem: EUA
Ano: 2018


A cada ano a indústria cinematográfica entrega animações cada vez mais qualificadas ao público, com personagens bem definidos, cores vivas e um roteiro que, mesmo trazendo assuntos clichês como a importância da família, a amizade e, principalmente, o amor, funcionam e cativam os espectadores. Hotel Transilvânia 3: Férias Monstruosas (Hotel Transylvania 3: Summer Vacation) chega ao cinemas como a aposta da Sony Pictures para as férias escolares, a terceira parte de uma franquia que começou titubeante, mas que buscou evolução em seu segundo filme.

Dirigida novamente por Genddy Tartakovsky (Samurai Jack), que também assina as animações anteriores, a trama nos mostra um Conde Drácula (Adam Sandler) triste, solitário e cansado de trabalhar em seu hotel. Sua filha, Mavis (Selena Gomez), resolve então marcar um luxuoso cruzeiro com o intuito de ficar mais perto da família, reanimar o pai e proporcionar diversão para os hóspedes. Mas a família Drácula não contava com o retorno de Van Helsing (Jim Gaffigan), um implacável caçador de monstros que conta com a ajuda de sua bisneta, Ericka (Kathryn Hahn), que vai fazer de tudo para encontrar o artefato da destruição, atrair todos os monstros e dizimá-los de vez. 

A comédia do filme é latente, não exige muito do espectador e consegue equilibrar certo teor dramático que parte da trama exige, com as desavenças de Drácula e Van Helsing na antiga Transilvânia, no fim do século XIX. E apesar de um primeiro ato lento para os padrões de uma animação, a trama logo se estabelece e encontra seu ritmo.

Imagem: Sony Pictures

Os personagens seguem sendo o destaque da franquia, muito em função do carisma empregado em suas características, mas também pelo timing cômico de seus dubladores, que parecem terem tido mais liberdade para criar aqui. Mesmo os novos personagens aparecem muito bem. Ericka funciona como vilã, passando por uma importante transformação na virada para o último ato, já Van Helsing, com seu jeito canastrão, provoca o público e acentua o conflito principal.

Como disse no início, a qualidade visual da animação é algo a se destacar, especialmente os cenários, as texturas e as cores, que valorizam os traços dos personagens. E, ainda falando de aspectos técnicos, vale a menção para a trilha sonora, com algumas baladas já conhecidas do público, especialmente aqueles que viveram a década de 90 (não vou citar a mais famosa, pois não quero estragar a surpresa). 

Hotel Transilvânia 3: Férias Monstruosas, ainda que voltado para o público infantil, consegue apresentar um arco dramático convincente, que valoriza a família e destaca mensagens de igualdade, amor e fraternidade, o que é sempre simpático em uma animação. Torço que a carreira de Tartakovsky possa ser impulsionada com o fim dessa trilogia, ele que já foi responsável por obras como O Laboratório de Dexter e Star Wars: Clone Wars. Um cineasta com potencial para engrenar projetos mais ambiciosos. 

Imagem: Sony Pictures


Ótimo

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