CRÍTICA | Halloween: A Noite do Terror

Direção: John Carpenter
Roteiro: John Carpenter e Debra Hill
Elenco: Jamie Lee Curtis, Donald Pleasence, Nancy Kyes, entre outros
Origem: EUA
Ano: 1978


Em 1974, o cinema de terror conheceu um serial killer que protagonizaria uma das franquias de maior sucesso do gênero. Leatherface e sua máscara de pele humana indefectível fizeram um estardalhaço no mundo junto com sua motosserra (serra elétrica coisa nenhuma), massacrando pessoas e sua família fazendo negócios escusos (leia-se: vendendo carne humana como churrasco). Apenas quatro anos depois um novo nome surgiria da mente do cineasta John Carpenter (Fuga de Nova York), criando um novo personagem icônico. Estou falando de Michael Myers, cuja máscara branca assombra até hoje o imaginário de muitas pessoas.

A narrativa de Halloween: A Noite do Terror pode até ser considerado lenta, se levarmos em consideração as produções atuais, mas é preciso relevar esse aspecto, já que o filme demora o tempo necessário para que as relações interpessoais sejam estabelecidas e o clima de tensão seja construído, deixando o mistério tomar conta da produção. O modo como Carpenter e Debra Hill (A Bruma Assassina) - os roteiristas - estabelecem tal atmosfera é bela. Michael Myers é posto como uma figura a ser temida, sem a necessidade de explicar suas motivações a todo momento, permitindo que o espectador fique tão encurralado quanto os personagens em tela.

Outro aspecto essencial para o sucesso da obra é a direção do cineasta. Carpenter permite-se utilizar de ângulos de câmera ousados, como aquele em que apresenta o ponto de vista do homicida por diversas vezes, através do uso de steadicam. Tal recurso somado a ótima utilização da trilha sonora, permite que todas as aparições do assassino soem impactantes.

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A composição visual de Michael Myers também deve ser destacada. Primeiro quando criança, com a roupa de palhaço que reforça o trauma de muitos espectadores, depois com o macacão surrado que se tornaria icônico, aliado da máscara branca que anula qualquer tipo de feição ou sentimento do assassino implacável. O típico exemplo de quando menos é mais.

No que diz respeito ao elenco, tivemos aqui o primeiro papel de Jamie Lee Curtis (True Lies) no cinema, ela que dentre todo o jovem elenco acaba se destacando. Sua personagem é a típica garota que não se mete em confusão, quase virginal, que acaba se tornando a donzela em perigo quando Myers decide atacar. Já Donald Pleasence (Com 007 Só Se Vive Duas Vezes) instiga como o médico que conhece o comportamento do assassino, temendo por seu paciente, que considera o "mal puro", estar em liberdade.

Halloween: A Noite do Terror marcou o inicio de uma franquia que se tornaria um dos maiores fenômenos do terror. Com um orçamento enxuto, muita criatividade e disposição, John Carpenter provou que conseguia fazer muito com pouco, catapultando sua carreira como cineasta. Foi a pavimentação de gênero que viria a ser muito lucrativo durante a próxima década.

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Ótimo

   

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