CRÍTICA | Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2

Direção: David Yate
Roteiro: Steve Kloves
Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Ralph Fiennes, Alan Rickman, entre outros
Origem: Reino Unido / EUA
Ano: 2011


Quando os fãs de Harry Potter souberam que a sétima adaptação seria divida em dois longas-metragens, o público se dividiu. Muitos ficaram felizes por saber que teriam um filme "extra", já alguns temiam a decisão por acreditar que a história seria diluída drasticamente. Felizmente, todo o amadurecimento sofrido pelo herói na Parte 1 serviu como um ótimo prelúdio para Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2 (Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2).

Após enterrar o elfo doméstico Dobby, Harry (Daniel Radcliffe), Hermione (Emma Watson) e Rony (Rupert Grint) partem em uma missão rumo ao cofre de Gringotes, seguindo a pista de que uma das horcruxes estaria guardada no cofre da família Lestrange. Mione então prepara uma Poção Polissuco, transformando a si mesma em Bellatrix Lestrange (Helena Bonham Carter) e Rony em um Comensal da Morte, enquanto Harry se esconde em sua capa de invisibilidade. A missão é bem sucedida, e o trio consegue tomar a horcrux, que é uma Taça da Lufa-Lufa, mas não sem causar um alvoroço em Gringotes, após enfrentar e libertar um dragão. 

A partir daí Harry passa a ter visões de que Voldemort (Ralph Fiennes) sabe que está perdendo suas horcruxes e está com medo. O trio então chega a Hogsmead e conhecem Aberforth Dumbledore (Ciáran Hinds), irmão de Alvo, para logo após serem levados por Neville (Matthew Lewis) por uma passagem secreta com destino a Hogwarts.

Já dentro do castelo, Severo Snape (Alan Rickman) toma conhecimento do paradeiro de Harry, e começa a intimar os alunos para que tragam informações. Então um conflito épico se inicia com a chegada de Voldemort e seus seguidores ao local, enquanto Harry, Hermione e Rony são apoiados pela Ordem da Fênix.

Foto: Warner Bros Pictures

O diretor David Yates (A Lenda de Tarzan) é eficiente em mesclar momentos contemplativos com cenas de ação de cair o queixo. Momentos como a fuga de Gringotes, ou a Batalha de Hogwarts, culminando no embate entre Harry e Voldemort são importantíssimas, mas de nada serviriam se o roteiro não se preocupasse em desenvolver os personagens que acompanhamos por tantos anos.

É possível comparar as cenas de batalha a filmes de guerra, pois, se antes a ameaça instaurava-se apenas no clima, agora vemos que ela é palpável e pode atingir até o mais inocente dos envolvidos. Isso fica evidente na cena em que vemos Lilá ser morta por Greyback, por exemplo. Além disso, o envolvimento de várias criaturas mágicas, que conhecemos ao longo dos filmes anteriores, deixa o o escopo geral mais épico e com o ar de conclusão necessário.

Os efeitos visuais, que no começo da saga eram questionados, aqui são indiscutíveis. São os feitiços lançados a todo momento, as criaturas, as estátuas que ganham vida para proteger a escola, a fantasma de Rowena, a redoma de feitiços, os encantamentos que circundam as Relíquias... e por aí  vai. Fica evidente que a obra não poderia ser filmada sem a utilização de efeitos digitais, no entanto, a escolha por efeitos práticos, especialmente quando temos alguma explosão, se mostram essenciais para a credibilidade e a tensão que se quer passar.

Atrelado a isso temos o design de produção, que é um dos melhores de toda a franquia. Os cenários são complexos e numerosos, da revisita a Gringotes, passando pela casa de Aberforth, até uma Hogwarts em ruínas, esfarelada após una batalha épica. Tudo é muito crível e palpável, acentuado também pela belíssima trilha sonora de Alexandre Desplat (O Grande Hotel Budapeste), trazendo músicas clássicas da série em nova roupagem.

Foto: Warner Bros Pictures

Depois de anos acompanhando este numeroso elenco, acho justo destinar alguns parágrafos para alguns interpretes.

Daniel Radcliffe (Amaldiçoado) vê seu Harry perder o mundo que havia descoberto, e que já não mais existe. Por esse motivo, e pelas pessoas que ama, luta com todas as forças para reavê-lo. De certo é o longa em que o ator mais se destaca, demonstrando uma força de vontade inabalável e emocionando os fãs, especialmente em sua cena com Dumbledore (Michael Ganbom).

Emma Watson (A Bela e a Fera) segue impecável com sua Hermione, no entanto, a racionalidade que é peculiar a personagem é trocada aqui pela emoção, aumentando seu alcance dramático. Rupert Grint (Snatch) como Rony, por sua vez, mostra que deixou de ser o bonachão de sempre, apresentando-se na figura de herói imponente, mesmo servindo de alivio cômico na maior parte das vezes.

A surpresa vem no nome de Matthew Lewis (Como Eu Era Antes de Você), que mostrou que já não era mais o menino inseguro que sempre estava atrás de seu sapo. Aqui vemos o amadurecimento de seu personagem, bem como a sua imensa importância para a trama, que aqui é quase tão grande quanto a do trio protagonista ou mesmo de Voldemort.

Foto: Warner Bros Pictures

Alan Rickman (Duro de Matar) definitivamente fez o seu melhor trabalho como Severo Snape. Com os elementos que a trama traz, sua carga dramática é imensa, fazendo com que o publico fique instigado, se irrite e chore com ele. Percebe-se o carinho de J.K. Rowling para com o personagem, e isso é transposto brilhantemente por Rickman em tela.

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2 é um fim mais do que digno para uma saga tão adorada e conhecida ao redor do mundo. Os defeitos existem, mas são anulados por anos de construção de uma narrativa que encantou gerações. É capaz de levar o espectador da alegria a tristeza, da adrenalina ao medo, entregando uma despedida épica aos fãs.

#Always

Excelente


•••

Já está sabendo da websérie de 8 episódios baseada no universo Harry Potter que está sendo produzida aqui no Brasil? Marotos: Uma História conta a história dos marotos no período da Primeira Guerra Bruxa, mostrando Tiago Potter, Sirius Black, Remo Lupin e Pedro Pettigrew em seu último ano em Hogwarts. Além deles, outros personagens também estão presentes, como Lílian Evans, Severo Snape, Alice Prewett, Frank Longbottom e entre outros. 

Com uma equipe majoritariamente feminina, a websérie é uma produção independente e sem fins lucrativos, e por isso, toda ajuda é bem-vinda dos fãs e amantes de filmes de fantasia, para que esses cineastas apaixonados pelo universo de Harry Potter consigam produzir a série com boa qualidade. A equipe está aceitando doações através das plataformas PayPal e PagSeguro, assim como em sua conta pessoal. Todas as informações estão na bio da conta oficial da série no Instagram. Além disso, a produção já conta com três fã-clubes e alguns vídeos de divulgação em seu canal no YouTube, inclusive um teaser trailer oficial que vocês podem assistir logo abaixo! 

Para saber mais, acessem as redes sociais da websérie: InstagramFacebookTwitter e YouTube.



Comentários