CRÍTICA | Megarromântico

Direção: Todd Strauss-Schulson
Roteiro: Erin Cardillo, Dana Fox e Katie Silberman
Elenco: Rebel Wilson, Liam Hemsworth, Adam Devine, Priyanka Chopra, entre outros
Origem: EUA
Ano: 2019


Se as comédias românticas costumeiramente transmitem mensagens clichês e previsíveis sobre as relações amorosas, o longa-metragem Megarromântico (Isn't It Romantic) se utiliza das mesmas premissas batidas para tentar subverter o gênero. Filmes como Uma Linda Mulher (1990), Como Perder um Homem em 10 Dias (2003) ou O Melhor Amigo da Noiva (2008) marcaram toda uma geração de adolescentes, que passaram a amar ou a odiar esse tipo de narrativa. Natalie (Rebel Wilson) faz parte do segundo time, já que em sua fase adulta, repleta de frustrações amorosas e profissionais, desacredita totalmente no amor romântico. 

Dirigido por Todd Strauss-Schulson (Terror nos Bastidores) e roteirizado por três mulheres, Erin Cardillo (Life Sentence), Dana Fox (Como Ser Solteira) e Katie Silberman (O Plano Imperfeito), a obra ironiza as comédias românticas com uma protagonista não convencional. Natalie é uma mulher gorda (e isso é tratado de forma hiper natural na trama), completamente cética sobre o amor, que prioriza acima de tudo conquistar o espaço que merece em sua carreira profissional.

Megarrromântico se vale dos próprios clichês para apontar e criticar os absurdos do gênero. Natalie percebe que “entrou” em uma comédia romântica, quando situações inimagináveis começam a acontecer como, quando todos os homens que passam pelo seu caminho são bonitos, ou ainda o fato dela ter um amigo gay, que não tem história própria e está sempre disponível para ajuda-la.

Foto: Warner Bros Pictures

Ao longo de 90 minutos, assistimos números musicais que começam sem aviso prévio, vemos a protagonista tropeçar e se desajeitar de um jeito fofo, além de ruas super limpas, coloridas e repletas de pessoas bonitas. E tudo isso funciona porque Megarrromântico sabe rir de si mesmo, ao mesmo tempo em que arranca risadas de quem o assiste.

Rebel Wilson (A Escolha Perfeita), em companhia de Adam Devine (Quando Nos Conhecemos), está perfeita em um papel que parece ter sido feito pensando nela. O elenco conta ainda com Liam Hemsworth (Jogos Vorazes) e Priyanka Chopra (Uma Criança Como Jake), que se aventuram muito bem no universo das comédias.

O resultado final é positivo, ainda que o longa deixe a sensação de que faltou algo. Sua mensagem final é simples: ame a si mesma. No entanto, talvez por sua simplicidade, acaba soando superficial se comparada ao que prometia a trajetória de Natalie. O filme é bem sucedido na missão de satirizar o gênero, mas poderia ter ido muito mais longe.

Bom

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