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Cesar Augusto Mota
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Direção: Sofia Coppola
Roteiro: Sofia Coppola
Elenco: Kirsten Dunst, James Woods, Kathleen Turner, Josh Hartnett, entre outros
Origem: EUA
Ano: 1999
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Iniciar a carreira de cineasta deve dar um frio na barriga. Se você for filha de um diretor consagrado como Francis Ford Coppola (O Poderoso Chefão), a ansiedade é somada a grandes expectativas. É de se admirar, portanto, que o longa-metragem de estreia de Sofia Coppola (Encontros e Desencontros) seja eficiente e ousado. As Virgens Suicidas (The Virgin Suicides) impressiona e marca por sua maturidade técnica, abrindo caminho para uma carreira admirável até aqui.
Inspirada na obra homônima de Jeffrey Eugenides (1993), a trama é ambientada na década de 1970 e aborda o cotidiano da família Lisbon, de classe média, que é afetada pelo suicídio de Cecilia (Hanna Hall), a filha mais nova de apenas 13 anos. O evento culmina na superproteção da mãe (Kathleen Turner) e no distanciamento do pai (James Woods). E ainda que as irmãs Cecilia (Hall), Bonnie (Chelse Swain), Mary (A.J. Cook) e Therese (Leslie Hayman) sejam desenvolvidas pelo roteiro de Sofia, o foco se dá em Lux (Kirsten Dunst), protagonista que representa a ansiedade, a dúvida e a frustração adolescente em uma atmosfera nebulosa e complexa.
Em um primeiro momento o espectador é levado a acreditar que as garotas vivem uma vida despreocupada, sendo as mais cobiçadas pelos garotos da escola. Após a tragédia e um deslize de Lux no baile de formatura, a vida da Família Lisbon é fortemente abalada, já que as irmãs passam a viver quase que em uma prisão domiciliar, isoladas do convívio social por sua mãe, que tem medo de vê-las crescer sem estarem preparadas para as dificuldades da vida.
O texto de Sofia é hábil em abordar os conflitos internos dos pais, especialmente no terceiro ato, mas sem a intenção de julgá-los. Os fatos são apresentados, a sociedade é comovida, mas cabe ao espectador decidir se as atitudes de ambos são ou não justificáveis, já que muitas vezes não sabemos lidar com determinados assuntos e o jogamos para debaixo do tapete.
Foto: Divulgação |
O texto de Sofia é hábil em abordar os conflitos internos dos pais, especialmente no terceiro ato, mas sem a intenção de julgá-los. Os fatos são apresentados, a sociedade é comovida, mas cabe ao espectador decidir se as atitudes de ambos são ou não justificáveis, já que muitas vezes não sabemos lidar com determinados assuntos e o jogamos para debaixo do tapete.
Temas delicados e atuais como suicídio e depressão são abordados de forma cuidadosa e sensível pela cineasta, em uma progressão que é quebrada apenas quando o personagem de Josh Hartnett (30 Dias de Noite) é explorado, que por ganhar tempo em excesso na narrativa, acaba a desbalanceando e fazendo com que a conclusão da obra soe acelerada.
A forma como a narrativa é conduzida sem rodeios e com a exposição das dificuldades das protagonistas a todo o momento é quase que um espelho da juventude atual. Sofia tem grande mérito nisso, pois torna sua obra quase que atemporal.
Outro ponto a se destacar é a trilha sonora do duo francês Air, com cada música casando perfeitamente com a situação vivida pelas personagens, refletindo então seus sentimentos e expectativas. Tudo retratado com certo lirismo e melancolia, devidamente personificadas por suas protagonistas.
Em seu trabalho de estreia, Sofia Coppola mostra que devemos estar sempre alerta para as questões sociais que envolvem os jovens, que são cada vez mais inteligentes e conectados ao mundo globalizado, mas ainda vulneráveis. Em As Virgens Suicidas, as protagonistas gritam por ajuda por um mundo mais livre e empático. Elementos raros em nosso dia a dia.
Excelente |
As Virgens Suicidas
Cesar Augusto Mota
Críticas
Filmografia Sofia
James Woods
Josh Hartnett
Kathleen Turner
Kirsten Dunst
Sofia Coppola
The Virgin Suicides
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