CRÍTICA | A Morte Te Dá Parabéns 2


Direção: Christopher Landon
Roteiro: Christopher Landon
Elenco: Jessica Rothe, Israel Broussard, Phi Vu, Suraj Sharma, entre outros
Origem: EUA
Ano: 2019


Com um orçamento de quase US$ 5 milhões e arrecadação de US$ 100 milhões em todo o mundo, A Morte Te Dá Parabéns (Happy Death Day), de Christopher Landon (Como Sobreviver a um Ataque Zumbi), foi sucesso de público e crítica, motivos que ensejaram uma sequência. O primeiro filme apresentou semelhanças de estrutura com obras como Feitiço do Tempo (1993) e Antes Que Eu Vá (2017), nos quais os protagonistas vivem repetidamente o mesmo dia. Landon então retorna para essa sequência, A Morte Te Dá Parabéns 2 (Happy Death Day 2U), trazendo uma proposta um pouco diferente da anterior, evitando que a obra se torne completamente previsível ao espectador.

Passados dois anos dos eventos originais, Tree Gelbman (Jessica Rothe) novamente fica presa em um ciclo temporal e mergulha no processo de reviver o mesmo dia, indefinidamente, desta vez para investigar o motivo disso ter ocorrido no passado. É quando ela reencontra Lori (Ruby Modine), que também retorna graças ao looping temporal e está em busca de vingança. Tree também revê Carter (Israel Broussard), seu interesse romântico, e Ryan (Phi Vu), seu amigo nerd. Esse grupo, acompanhados de  jovens aspirantes a cientistas, vai em busca de uma solução para dar fim a esse ciclo tortuoso.

O mérito do cineasta, também responsável pelo roteiro, está em não se restringir ao clássico slasher movie, com a câmera fechada na mocinha e o assassino a perseguindo o tempo todo, com o uso incessante de jump scares. A Morte Te Dá Parabéns 2 vai além disso, fazendo uma perfeita mescla entre humor e ficção, apresentando os espectadores cenas insanas e um suspense divertido, por mais estranho que isso possa parecer.

Foto: Universal Pictures

A cada vez que Tree morre e volta para uma nova jornada, ela tenta alterar o curso dos fatos , protagonizando sequências diferentes de ação, na maioria das vezes arrancando risada do público, tamanhas a loucura do que vemos em tela.

Aqui o elenco secundário tem vez e ganha importância na resolução dos conflitos. Cada personagem é tratado como uma peça de um jogo de tabuleiro, com manuseios precisos e oportunos. Landon merece elogios pelo trabalho meticuloso que realizou, dando identidade e características marcantes a cada uma dessas figuras. Além disso, traz um oponente bem controverso, o diretor da faculdade, Dean Roger Bronson (Steve Zissis), que exerce papel de durão perante os alunos, mas que também é fácil de ser manipulado nos bastidores.

Jessica Rothe (La La Land: Cantando Estações) se mostra muito à vontade em cena, passando emoção ao público, além de reflexões importantes sobre a vida, com frases de efeito como "não se pode ficar preso ao passado, é necessário dar um salto no escuro". Trata-se de uma atriz revelação e que tem se destacado aos poucos no cenário. Ruby Modine (Central Park), por sua vez, oferece uma perfeita aliada a Tree, com Lori em uma postura mais amigável e protetora em relação ao primeiro filme, ainda que mais vulnerável. Entre os coadjuvantes vale destacar o trabalho de Phi Vu (Logan) e Rachel Matthews (A Morte Te Dá Parabéns). O primeiro é o cérebro e combustível do grupo, já a segunda se mostra uma personagem bem diferente nessa sequência.

Foto: Universal Pictures

A Morte Te Dá Parabéns 2 se mostra um slasher movie com elementos inovadores, que oferece variedade ao seu público, num bom exemplo de aposta ousada e que deu certo. Para quem é fã do gênero, certamente é uma boa pedida, com boas expectativas para uma conclusão de trilogia pela frente. E fique até o fim dos créditos na sala de cinema, pois há uma cena extra divertidíssima.

Ótimo

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