Breaking Bad - S05E10 - Buried


[spoiler alert]
Após o bombástico episódio da semana passada, que prometeu fortes emoções para essa reta final de Breaking Bad, a série puxa o freio de mão e traz nesse S05E10 um ritmo ainda mais lento. Mas como já havia mencionado na review passada, não menos genial por isso. Foi um capítulo em que Walter White foi quase um coadjuvante, abrindo espaço para Skyler brilhar, a seu modo.

O início já fora angustiante, ao vermos Jesse absolutamente sem rumo, deitado na roda do parquinho. Posso estar maluco, mas BrBa não costuma brincar em seu uso de cores, e por isso acho que não foi a toa que a roda seja verde, justamente a cor que Walt usou durante tanto tempo ao longo da série, o personagem que fez a vida (que já não era regrada) de Jesse, ruir. Uma cena que durante todo o episódio parecia deslocada, mas que teve uma ótima conclusão em seu término, mas esse é um assunto para mais tarde.

Como disse antes, esse S05E10 foi de Skyler e sua surpreendente devoção a Walter. Surpreendente por sabermos a angústia que a personagem vivia (e vive) por ter que acobertar o marido, porém, se pensarmos bem, uma semente para isso foi plantada no episódio passado, quando a mesma defendeu Walt de Lydia. Seu diálogo com Hank (apesar de longo) teve nuances que só dois grandes atores podem entregar ao espectador, e elogiar o elenco de BrBa é cair na mesmice. Outro ponto bacana de observar foram alguns takes durante a conversa, em que a diretora enquadra o céu azul de Albuquerque ao fundo, justamente a forma carinhosa com que Hank se dirige a cunhada: Sky (céu).


Enquanto temia o encontro de Skyler e Hank, Mr. White se preocupava unicamente em salvar sua fortuna. E se seu plano de enterrar o dinheiro no deserto me pareceu absolutamente estúpido, especialmente pela forma simplista em que prendeu sua única diretriz para recuperar os barris em sua geladeira, mais estúpido foi levar Huell e Kuby até seus bilhões. Ficou claro que os dois balançaram com o que viram, não só pela engraçadíssima cena em que deitam na grana, mas pela forma nervosa e aflita que, especialmente Kuby, encaravam os barris enquanto Walt mexia nas notas. Se eu pudesse apostar, diria que a dupla plantou algum localizador em um dos barris, e acabarão levando toda a fortuna de Heisenberg. Mas estou divagando.











Voltando a Skyler, como foi forte a cena de sua discussão com Marie, culminando na cena em que a irmã tenta levar sua filha embora. O tipo de atitude impulsiva que sabemos que a dama de roxo comete. E perceber que Skyler impede a irmã de levá-la, vai totalmente contra os princípios da mesma, que suplicava para que os filhos ficassem na casa de Marie a pouco tempo atrás. A mudança no comportamento da loira só se ratificou, quando aparece cuidando de seu amado (?), que desmaiou no banheiro. Aliás, essa cena me chamou a atenção para um padrão visual utilizado nesse episódio. O Buried (enterrado), do título, não só faz menção aos barris de Walter no deserto e o laboratório de metanfetamina de Lydia (que abordarei no próximo parágrafo), mas ao constante enquadramento de personagens vistos de cima, em posições que remetem a um enterro. Os exemplos são a cena de abertura com Jesse, Huell e Kuby deitados no dinheiro e o próprio Walter caído em seu banheiro. Em um determinado enquadramento o mesmo aparece deitado com Skyler o observando, quase como um leito de morte.


Já que comentei de Lydia no parágrafo passado, que grande momento a moça protagonizou. Arrisco dizer que entra para o hall de grandes sequências da série até aqui. A cena, aliás, poderia ser taxada como destoante do resto do episódio, mas é um pecado dizer que tamanha plasticidade não sirva em qualquer que seja a trama. A chegada da morena ao ferro velho foi ressaltada pela diretora que, ao utilizar de planos fechados em seus pés, nos passou a clara sensação de que a moça está em um local ao qual não pertence, criando um contraponto e uma rima visual belíssima, quando volta a enfocar os sapatos da moça, cambaleando, em meio aos corpos dos traficantes. Fico me perguntando no que as ações do tráfico ainda vão interferir no caminho de Walt. Mas se a série ainda reserva momentos para Lydia e Todd, é sinal que em algum momentos essas histórias devem se cruzar novamente. 














Encerrando a trama da semana com mais um daqueles momentos que te fazem puxar os cabelos, o link com o início do episódio se fecha, e temos Jesse na sala de interrogatório, quase que em estado catatônico. Sinceramente, não sei o que esperar de seu novo encontro com Hank. É óbvio que o policial fará de tudo para que Pinkman dê qualquer prova para que ele consiga incriminar Mr. White, mas acho muito difícil que esse o faça. Sua lealdade já foi testada diversas vezes e não acho que ele vá botar tudo a perder agora. Mas seu estado deplorável abre margem, mesmo que pequena, para dúvidas. Enfim. Após o fechar da porta, uma única pergunta não saía da minha cabeça: onde raios está Walter Jr.?

Até semana que vem ;)


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Comentários

  1. Bem legal essa parte que fala da cena que a Lydia vai lá resolver a parada, muito boa mesmo!

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    1. Essa cena foi d+! A maioria das séries talvez mostrassem o tiroteio em si. O fato de não mostrar, e aparecer somente ela encolhida, com as capsulas de bala caindo foi genial.

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  2. Melhor review que eu li sobre o episódio. Supera o do Ligado em série simplesmente porque soube cultuar todos os pontos fortes sem esquecer de alfinetar o sumiço do Walter Jr, este o único ponto fraco do episódio.

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    1. Obrigado th! Volte ao blog para conferir as reviews dos próximos episódios até o fim da série!

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