CRÍTICA | O Gebo e a Sombra

Diretor: Manoel de Oliveira
Roteiro: Manoel de Oliveira
Elenco: Michael Lonsdale, Claudia Cardinale, Jeanne Moreau, Leonor Silveira, Luís M. Cintra e Ricardo Trêpa
Origem: França/Portugal
Ano: 2012



Como qualquer bom cinéfilo que se preze, tenho o costume de assistir os mais variados tipos de obras cinematográficas, afim de conhecer o trabalho de atores, roteiristas, diretores e afins, não somente do mercado norte-americano, mas também do restante do mundo. Evidentemente, com a infinidade de produções lançadas anualmente, fica impossível assistir a tudo ou conhecer a todos, o que acaba ocasionando experiências como a que tive ao assistir este O Gebo e a Sombra (Gebo et l'ombre).

Apesar de já ter ouvido falar bem do trabalho do diretor e roteirista Manoel de Oliveira (Amor de Perdição), pouco conhecia a respeito do mesmo, tanto que, esse foi o primeiro filme dele que assisti. A experiência, no entanto, não foi das mais gratificantes.

Gebo (Michael Lonsdale) é um idoso contador que exerce a profissão para sustentar a família, ainda que o cansaço e a idade o assolem. Em sua residência vive também sua esposa, Doroteia (Claudia Cardinale), e sua nora Sofia (Leonor Silveira). Os três sofrem com a ausência do filho de Gebo, João (Ricardo Trêpa).

Fica evidente a tentativa de emular a peça da qual a obra é baseada, porém, tal esforço soa tolo e desinteressante. A utilização quase que de um único cenário, esquemas de luzes, e um ângulo de câmera quase imutável, acabam limitando a experiência cinematográfica ao espectador. Diferente de obras como Dogville, de Lars von Trier, por exemplo, que brinca com o formato teatral de contar histórias, mas apresenta elementos que atraem o público mais interessado.

O roteiro, arrastado e cansativo, soa desinteressante em sua infinidade de monólogos e diálogos que parecem não levar a lugar algum. E realmente não levam, visto que a trama permanece inteira no casebre. E, repito, o único cenário não é o problema da obra, e sim a falta de inventividade.

Ao menos tem tudo está perdido, uma vez que a fotografia envolta em sombras é muito bonita e cria, de fato, uma atmosfera elegante, mas é muito pouco perante a fama construída por Manoel de Oliveira. Se não conhecia sua trajetória até aqui, infelizmente não criei curiosidade para fazê-lo em seguida. Se eu estiver perdendo alguma coisa, por favor, me avisem


Ruim


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 Trailer: 




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