CCXP 2016 | Vida longa e próspera


Meu segundo dia de Comic Con Experience 2016 foi destinado a cobertura dos painéis de sexta-feira, que aconteceriam no auditório Cinemark, com capacidade para 3.500 pessoas. Levando em conta as atrações que lá estariam, o número limitado de pessoas que poderia entrar e se você quer conseguir um bom lugar, chegar cedo na fila não é uma opção. E lá estava eu, por volta das 7 da manhã na fila para o auditório que só abriria por volta das 9 horas. Faz parte.

Ao entrar no auditório pela primeira vez, algumas coisas me surpreenderam positivamente e negativamente. Primeiro o tamanho e capacidade, era realmente impressionante. Uma vez lotado, o local realmente canalizaria uma energia única para público e convidados, e que certamente aconteceu em todos os dias de painéis, sem dúvida. Outro ponto positivo foi o trabalho de iluminação do local, com vários efeitos luminosos em volta do palco, na platéia e até na parede de fundo (como podem ver na imagem logo mais abaixo). Cheguei até a brincar com o pessoal que estava comigo, que lembrava muito o palco do VMB (Video Music Brasil). Se você não conhece essa referência, significa que estou velho.

Como nem tudo é perfeito, algumas coisas me incomodaram um pouco. A primeira delas foi as fileiras de cadeiras em solo plano. Diferente do ano passado, em que o auditório por completo era em formato stadium, tal qual uma sala de cinema, em 2016 apenas as cadeiras do fundo tinham essa característica, fazendo com que as pessoas que escolhessem os lugares da frente tivessem a visão prejudicada. O fato do palco ter sido elevado ajudou bastante, porém bastava que alguém se movesse levemente para que sua visão fosse prejudicada. E aqui vos fala uma pessoa alta (1,85m), imagino a sensação para alguém de estatura baixa. O outro problema foi a questão do isolamento de áudio, mas sobre isso falarei em minha matéria sobre o último dia.


O dia começou com a exibição em primeira mão de For the Love of Spock, documentário dirigindo por Adam Nimoy, o filho de Leonard Nimoy, que visita a história do icônico ator e personagem, bem como aborda alguns aspectos pessoais e familiares dos quais não tínhamos conhecimento. Sobre o longa, já publiquei uma crítica fazendo uma análise detalhada, você pode conferir clicando AQUI. Assistir ao filme ao lado de aproximadamente 3.000 pessoas (o auditório ainda não estava lotado naquele momento) foi uma experiência emocionante, especialmente por poder perceber a paixão que os fãs tem por Nimoy e seu personagem. O diretor, aliás, estava presente, e respondeu algumas perguntas ao término da exibição, além de ter arriscado algumas palavras em português com os fãs. O momento em que ele saudou as pessoas com o tradicional "vida longa e próspera" talvez tenha sido um dos mais bonitos da CCXP. A capa dessa matéria registra esse momento.

O painel seguinte foi o da Sony Pictures, que trazia como atração principal Milla Jovovich e seu marido/diretor Paul W. S. Anderson. A dupla veio ao Brasil para divulgar o mais recente capítulo da franquia Resident Evil, que também promete ser o último. A dupla foi ovacionada ao subir ao palco e logo na sequência exibiram um trecho inédito do filme, em que a personagem Alice cai em uma armadilha e tem que se soltar sozinha e derrotar os inimigos. Uma boa cena de ação, algo que nunca faltou aos filmes da franquia.

Na sequência o mediador, Érico Borgo, fez uma série de perguntas ao casal, sempre focando na franquia, seja na força da personagem feminina como protagonista ou em como a série de filmes evoluiu juntamente com a vida do casal, tendo em vista que se passaram 15 anos desde o primeiro longa. Milla e Paul se mostraram muito simpáticos a todo momento (ela, em especial, distribuía tchauzinhos e beijos a todos), mas senti falta de uma interação maior entre público e convidados. Ano passado, por exemplo, a platéia podia fazer perguntas, este ano não, o que foi uma pena.


Em seguida tivemos a sequência do painel da Sony, sem trazer muita coisa nova, apenas trailers que já estavam disponíveis na internet. Passageiros teve uma breve introdução com o carismático Chris Pratt falando com o público brasileiro (este vídeo já está no YouTube, no canal da Sony), o que foi bacana. Tivemos a exibição dos trailers de Trainspotting 2 (mais insano do que nunca), Os Smurfs e a Vila Perdida (longa inteiramente em animação) e Vida (com Ryan Reynolds e Jake Gyllenhaal). Todos filmes bastante promissores, é bom dizer.

Mas é evidente que o que todos aguardavam era se veríamos alguma coisa inédita de Spider-Man: Homecoming. Aliás, durante o painel foi anunciado oficialmente o título nacional do filme, que agora chama-se Homem-Aranha: De Volta ao Lar. Para deleite da plateia, foi exibido um pequeno trecho (bem pequeno mesmo) do novo trailer que viria a ser lançado dias depois e que já está disponível a todos no YouTube. No vídeo vimos o novo uniforme e o retorno de Happy Hogan. Confesso que fiquei um pouco decepcionado, pois esperava ver um trailer completo, mas tudo bem. Ao menos o público que lá estava teve acesso a um material exclusivo, graças a uma batalha árdua da da filial brasileira do estúdio, como bem frisou o Borgo no palco.


Depois disso tivemos o painel da Rede Globo, que provavelmente era o menos aguardado do dia, mas que no fim se tornou o painel mais dinâmico e divertido de todos. O mediador foi o talentoso Marcelo Adnet, que já entrou no palco fazendo algumas de suas famosas imitações. Junto a ele, direto da plateia, estava o também humorista Fernando Caruso, que ficou encarregado de levar um microfone até a plateia para que fizessem perguntas durante o painel, algo que foi o grande diferencial, pois trouxe a dinâmica que faltava entre platéia e convidados, algo que faltou nessa CCXP.

A ideia era apresentar os novos seriados originais da Rede Globo, alguns que já estão em fase de pós-produção, outros estão com as filmagens acontecendo, outros ainda estão apenas no roteiro. Posso afirmar que todos, ao menos, são muito promissores e interessantes. Digo isso porque tivemos a assistir cenas e trailers de quase todos eles, além de recebermos convidados de todas as produções. Ou seja, um painel perfeito, com material inédito, convidados e interação entre realizadores e platéia. Abaixo faço breve comentários sobre cada atração:

Vai de Retro: série em que Monica Iozzi é uma advogada e Tony Ramos é o diabo.
Carceireiros: série protagonizada por Rodrigo Lombardi, baseada no livro de Drauzio Varella.
Zózimo: série protagonizada por Vladimir Brichta, sobre um investigador no Brasil da década de 50.
Filhos da Pátria: série de humor idealizada por Bruno Mazzeo, sobre o Brasil pós proclamação da independência.
Zorra: Marcius Melhem falou sobre a reformulação do programa e foram exibidos diversas cenas bem engraçadas.
Tá no Ar: Marcius Melhem e Marcelo Adnet falaram sobre o processo criativo da série e exibiram vários trechos inéditos que fizeram a plateia rir demais.


O painel seguinte foi com os idealizadores, roteirista e diretor de 3%, primeira série original brasileira da Netflix. Tratou-se basicamente de uma entrevista com os presentes. que elucidaram a platéia de que forma a série nasceu e como foi produzi-la no formato consagrado do "canal". Tivemos ainda uma surpresa final, com a entrada do elenco da série no palco. Uma prévia do que viria a ser o painel com eles, no domingo.

Encerrando as atrações de sexta, veio o painel da Fox Studios, com bastante coisa interessante e material inédito. Eles começaram com a exibição de uma longa cena inédita de Assassin's Creed, que deixou todo mundo ainda mais empolgado para assistir o filme. Tratava-se de uma cena de fuga com o personagem de Michael Fassbender, e impressionou pelas coreografias de luta, pelo parkour e pela bela fotografia na Espanha do século VX.

Entre outras atrações, se destacou também a apresentação sobre Alien: Covenant, com um video inedito com diversas imagens da produção e uma breve entrevista com o sempre franco Ridley Scott. Deu pra perceber que podemos esperar um visual tão grandioso quanto o Alien original e o próprio Prometheus, que não agradou boa parte do público, mas que é suspense espacial competente. Pouco havia se mostrado do filme até então, e o que vimos foi empolgante.

Ainda houve tempo para a exibição do trailer de um terror nacional que deve estrear nos cinemas em breve: O Rastro. Deixou todos ao menos curiosos e na torcida para que um filme de gênero nacional funcione na grande tela.

E assim foi a nossa sexta-feira de painéis na CCXP 2016.

Cinéfilo em Série + Fernando Caruso, após o painel da Rede Globo

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