CRÍTICA | Além da Morte

Direção: Niels Arden Oplev
Roteiro: Ben Ripley e Peter Filardi
Elenco: Ellen Page, Diego Luna, Nina Dobrev, James Norton, Kiersey Clemons e Kiefer Sutherland
Origem: EUA
Ano: 2017


Sempre que um remake vai ser lançado, ficamos com "uma pulga atrás da orelha", afinal, é difícil repetir trabalhos originais. A bola da vez agora é Além da Morte (Flatliners), refilmagem de Linha Mortal (1990), filme de Joel Schumacher (Tempo de Matar) protagonizado por Julia Roberts, Kevin Bacon e Kiefer Sutherland. O curioso é que o último, Sutherland, retorna nessa refilmagem.

O roteiro apresenta uma premissa inicialmente interessante, sobre um grupo de cinco jovens estudantes de Medicina, ávidos por novas experiências e curiosos sobre o que acontece com o corpo humano após a morte. Cada um deles se submete a um mesmo experimento, que consiste em parar o coração por cerca de 60 segundos, surgindo a visão de algum acontecimento após a morte, antes de ocorrer a reanimação. Após isso, todos são assombrados pelo que viram enquanto estavam inconscientes, e efeitos colaterais seríssimos começam a aparecer.

Em uma primeira impressão, teria tudo para dar certo, o elenco encabeçado por Ellen Page (Juno) e Diego Luna (Rogue One: Uma História Star Wars) é talentoso, mas há problemas de desenvolvimento de roteiro, com situações que não são aprofundadas, como por exemplo, os problemas que cada residente teve no passado. Tudo isso é abordado de forma apressada e superficial. Os breves sustos que são proporcionados, sejam por um suposto portal aberto pelos jovens estudantes após o experimento, ou uma possível insanidade deles, soam bastante artificias e forçados, isso sem falar das soluções adotadas para diversos arcos dramáticos, com a utilização de muitos clichês.

Crédito: Sony Pictures

O aspecto visual, por outro lado, positivo, com belas simulações em computador acerca do que acontece com o cérebro humano enquanto o corpo está inativo por 60 segundos, além da estética das visões pós-morte dos protagonistas. O espectador fica tenso, despertando a curiosidade do que acontecerá dali em diante, se os experimentos vão dar certo, mas para por aí. Nada que mude o panorama da trana e a empolgação (ou falta dela) do espectador.

Se há muitos problemas, o trabalho dos atores é digno de valor, visto que todos se esforçam para entregar atuações convincentes e honestas, ainda que o roteiro não permita maior desenvolvimento. Kiefer Sutherland (Os Garotos Perdidos), por exemplo, está ali para fazer o espectador lembrar do filme original, mas não é explorado devidamente nessa nova versão.

Além da Morte falha em sua proposta original de oferecer sustos e desconforto no espectadores. O diretor sueco Niels Arden Oplev (Os Homens Que Não Amavam as Mulheres) tenta impressionar com cenas estilosas do mundo pós-morte, mas sem uma narrativa empolgante, provando que não se faz um bom filme sem um roteiro bem estruturado.

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