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Postado por
Cesar Augusto Mota
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Sabe quando você termina de assistir a um filme e fica com a sensação de que presenciou um jovem clássico? Uma obra-prima, um tributo à beleza e à vida. Assim defino Me Chame Pelo Seu Nome, filme de Luca Guadagnino (Um Sonho de Amor), baseado no romance homônimo “Call Me By Your Name”, do egípcio André Aciman, obra que virá forte para a temporada de premiações e cotado para Oscar de melhor filme em 2018.
A história acompanha Elio Perlman (Timothée Chalamet), único filho de uma família norte-americana com ascendência italiana e francesa. O jovem músico vive mais um verão preguiçoso na casa dos pais em uma belíssima paisagem italiana, até que tudo muda após a chegada de Oliver (Armie Hammer), estudante de Arqueologia, que chega para auxiliar na pesquisa do pai de Elio, que é professor e também especialista em arte greco-romana. A beleza, espontaneidade e o alto grau de intelectualidade de Oliver começam a encantar a todos, principalmente a Elio.
O roteiro apresenta a narrativa de forma despretensiosa, mas cheia de elementos enriquecedores e fascinantes. A família é desprovida de tabus, vive em um ambiente repleto de culturas, com diálogos em inglês, francês e italiano, predominando o apoio incondicional de todos para com Elio. Todos o incentivam a ser o que desejar, há estimulo à liberdade, inclusive a de identidade sexual. Temos um protagonista que não é reprimido, mas que está vivendo uma fase de transformações, não apenas físicas, mas de identidade.
A direção de arte é primorosa, se aproveitando das belas paisagens das locações italianas e simulando com competência os anos 80, que traz aquele ar inevitável de nostalgia para os mais velhos e, claro, o romantismo que a obra precisa, com um jovem descobrindo o amor e perdendo a inocência, algo que me fez lembrar um pouco do longa Beleza Roubada.
As atuações sensíveis se sobressaem. Timothée Chalamet (Interestelar) apresenta um adolescente inicialmente despreocupado e sem pretensões, mas que depois se mostra bastante receoso e ansioso, cheio de desejos, pela necessidade de conquista, disposto a se desprender do caos. Armie Hammer (A Rede Social), por sua vez, suplanta a atuação do companheiro, dando vida a um Oliver também em busca da afirmação, e que projeta no outro a busca por maturidade, que incrivelmente ainda não havia atingida, mesmo no alto de seus 24 anos.
O roteiro de James Ivory busca o equilíbrio entre sutileza e exagero, sem uso de atos explícitos, deixando alguns momentos subentendidos, atiçando ainda mais a curiosidade e a atenção do espectador. Não há margem para o previsível, tudo acontece de maneira harmônica, inesperada, com uma beleza estética exuberante.
Me Chame Pelo Seu Nome é uma ode ao amor, à arte, às pequenas coisas da vida e um culto à liberdade do ser e do pensamento. Uma obra que aborda com naturalidade situações do cotidiano, além de apresentar belíssimos contornos e cenários contagiantes. Indispensável.
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Excelente |
Armie Hammer
Call Me By Your Name
Cesar Augusto Mota
Críticas
Festival do Rio
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James Ivory
Luca Guadagnino
Me Chame Pelo Seu Nome
Timothée Chalamet
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