CRÍTICA | Star Wars: O Despertar da Força

Direção: J.J. Abrams
Roteiro: J.J. Abrams, Lawrence Kasdan e Michael Arndt
Elenco: Daisy Ridley, John Boyega, Oscar Isaac, Harrison Ford, Carrie Fisher, Adam Driver, Domhnall Gleeson, entre outros
Origem: EUA
Ano: 2015


Depois da trágica tentativa de contar a trajetória de Anakin Skywalker, o mundo ficou sem novos longa-metragens de Star Wars por bons anos. Até que, em 2015, após a aquisição da Lucasfilm pela Disney, se deu O Despertar da Força, o filme de maior bilheteria da saga até aqui.

A história começa 30 anos após os eventos ocorridos em O Retorno de Jedi. Os rebeldes conseguiram retomar alguns pontos da galáxia do comando do Império, mas o que restou acabou se reformulando e tornando-se um novo grupo chamado de Primeira Ordem. Eis que encontramos Poe Dameron (Oscar Isaac), um piloto da Resistência, que é mandado ao planeta Jakku pela General Leia (Carrie Fisher) para obter um mapa que, acredita-se, indica a localização de Luke Skywalker (Mark Hamill), que está desaparecido há anos. Enquanto isso, Kylo Ren (Adam Driver), um poderoso conhecedor do lado negro da Força e discípulo do Supremo Líder Snoke (Andy Serkis), está tentando roubar o mapa para que possa eliminar o, até então, último Jedi vivo.

Em seguida somos apresentados a Finn (John Boyega), um stormtrooper desertor e Rey (Daisy Ridley), uma jovem que sobrevive catando "lixo" no planeta Jakku, enquanto aguarda o retorno de seus pais, que a deixaram lá. A dupla, após um ataque da Primeira Ordem, precisa fugir em uma "sucata velha", mais conhecida como Millennium Falcon, fato que os levam ao caminho de Han Solo (Harrison Ford) e Chewbacca.

Foto: Lucasfilm

O Despertar da Força tem cenas de ação que elevam o nível da saga, não apenas no que diz respeito a qualidade de produção, mas também na expansão da mitologia. Momentos como o tiro de blaster sendo congelado no ar permite a compreensão de uma extensão do uso da Força. Já as cenas em que a Falcon rasga o céu, ou mesmo a impressionante abertura no espaço, com a nave surgindo na tela em direção a plateia, ressaltam o salto no tempo que os efeitos digitais deram da trilogia dos anos 2000 para cá. Aliás, desde Além da Escuridão: Star Trek (2013) não via um uso para o 3D tão competente.

A direção de J.J Abrams (Super 8) é exemplar, conduzindo a ação e fazendo a história se desenrolar, sem causar quebra de ritmo. Agora, é inegável que há influencias diretas de Uma Nova Esperança no roteiro. Desde o arco dos protagonistas até as grandes forças do lado oculto, passando por dróides perdidos em uma zona desértica e carregando informações preciosas e uma arma de destruição em massa. Até o momento que fez cair o queixo de muita gente parece ter saído de O Império Contra-Ataca.

O novo trio, interpretado por Daisy Ridley (Assassinato no Expresso do Oriente), John Boyega (Detroit em Rebelião) e Oscar Issac (O Ano Mais Violento), nos faz lembrar o trio de protagonistas original, mas ainda que possuam semelhanças, não substituem os ícones estabelecidos há tantos anos.

Adam Driver (Logan Lucky: Roubo em Família), por sua vez, mostra a sua imponência desde a primeira cena, ajudado pelo figurino, que faz referências ao clássico Darth Vader, com um modulador de voz, que também mostra um pouco de sua imaturidade enquanto personagem, até que novas camadas são reveladas.

Foto: Lucasfilm

O design de produção, como sempre, dispensa comentários, com cenários e figurinos riquíssimos em detalhes. Além disso, o uso de efeitos práticos em boa parte da obra foi algo muito elogiado, visto que foi algo esquecido na trilogia 2000, que sofreu com o excesso de efeitos digitais propostos por George Lucas. Vale citar aqui BB-8, um dos maiores acertos dessa decisão, visto que é talvez o maior alívio cômico do filme, funcionando em todas as cenas que aparece.

A trilha sonora conta com o grande mestre John Williams, um dos pilares da franquia, mas nenhuma faixa se revela tão marcante quanto outras já compostas pelo músico.

Star Wars: O Despertar da Força conseguiu tirar o gosto amargo que havia ficado na boca dos fãs da franquia, mas o que havia de originalidade na trilogia menos adorada, não encontramos aqui, o que também não agradou muita gente. O longa está longe de ser ruim, mas a falta de inovação prejudica a saga. Espero que o Episódio VIII consiga entregar mais autenticidade.

Ótimo

Foto: Lucasfilm

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