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Postado por
Verônica Martucci
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A terceira e última temporada de Love, série produzida pela Netflix, chegou ao fim no mês passado para a tristeza de muitos. Como poucas produções do serviço de streaming, essa foi uma das que se salvou do cancelamento e conseguiu ter seu início-meio-fim de forma satisfatória, numa avaliação geral, ainda que essa última jornada do casal Mickey (Gillian Jacobs) e Gus (Paul Rust) tenha oscilado em alguns momentos.
O primeiro episódio começa nos apresentando a maturidade que o relacionamento do casal principal está desenvolvendo após uma reta final turbulenta na temporada anterior. Porém, com o desenrolar dos episódios, percebemos que ambos ainda têm muito a descobrir sobre esse sentimento que estão cultivando e sobre quem são quando os problemas aparecem.
De longe, a personagem de Gillian Jacobs (Community) é a que mais segura as pontas nesse ano, pois Mickey enfrenta os empecilhos que surgem da melhor maneira possível. Diferente de Gus, por exemplo, que ganha contornos interessantes em sua história, permitindo entendermos melhor algumas atitudes do personagem. Conhecemos sua família e o quanto algumas situações de sua vida foram decisivas para torná-lo uma pessoa insegura.
Foto: Netflix |
No entanto, essa decisão de roteiro se mostrou bastante arriscada, já que Mickey é uma personagem bem mais complexa e carismática (ainda que de uma forma bastante peculiar) do que Gus. Os melhores momentos envolvendo os problemas do rapaz são justamente quando a namorada o confronta de alguma forma, evidenciando que o personagem carece de simpatia, causando no espectador a vontade de revirar os olhos para suas atitudes condescendentes. Também fruto do bom trabalho de Paul Rust (Bastardos Inglórios), é bom dizer.
Apesar dos altos e baixos, há momentos bonitos e interessantes a serem lembrados. O episódio em que acompanhamos o primeiro aniversário de Bertie (Claudia O'Doherty) nos Estados Unidos, por exemplo, é divertidíssimo, o que só nos lembra o quanto personagens secundários podem ser bem desenvolvidos se tiverem o devido espaço. Outra sequência bacana é a que envolve os parentes de Gus. A decisiva discussão entre o casal e a apresentação dos conflitos reprimidos entre os membros da família trazem reflexões super válidas e facilmente identificáveis a todos nós.
O tom de questionamentos e dúvidas envolvendo a fase adulta e os relacionamentos continuam presentes, e, vale destacar, pontualmente aplicados. Há exemplos disso, como no episódio em que Mickey encontra uma amiga do passado e percebe que algumas pessoas que amamos simplesmente deixam de fazer parte da nossa vida depois de um tempo. O conformismo em aceitar viver uma relação que sabemos não nos fazer bem também está aqui, assim como o medo em arriscar profissionalmente e a dificuldade em tocar em assuntos do passado.
Love manteve o acerto em ser uma série "pé no chão", que não perde seu humor, ainda que, em seu episódio final, tenha dado um salto que marca definitivamente a mudança sentimental dos personagens como jamais imaginaríamos. E talvez esse seja o motivo ideal para a história de Mickey e Gus não necessitar mais de nossa companhia. Fica para nós a experiência em presenciar um relacionamento ficcionalmente palpável, que possui inúmeras dificuldades e, mesmo assim, segue em frente.
Ótimo |
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Verônica, 24 anos, também conhecida como a louca das séries/filmes. Adoro indicações, ainda mais acompanhadas de um bom café.
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