CRÍTICA | Colette

Direção: Wash Westmoreland
Roteiro: Wash Westmoreland, Rebecca Lenkiewicz e Richard Glatzer
Elenco: Keira Knightley, Dominic West, Eleanor Tomlinson, entre outros
Origem: Reino Unido / EUA
Ano: 2018



Filmes de época, em sua maioria, trazem o charme e o glamour da época retratada, com lindas roupas, bela arquitetura, além de homens e mulhores regidos pelos princípios que eram vigentes. Muitos conseguem ser inspiradores e ilustrar lições de vida importantes. Colette, dirigido por Wash Westmoreland (Para Sempre Alice) narra a história de uma das mais importantes escritoras da literatura francesa, tida como uma mulher à frente de seu tempo. 

Estamos falando de Sidonie Gabrielle Colette (Keira Knightley), uma jovem que morava no interior da França e que se casa com Willy (Dominic West), um escritor que ganha a vida publicando contos e livros escritos por autores fantasmas. Colette passa a morar em Paris, o que antes parecia distante de sua realidade, e passa a fazer parte do cenário da mais alta sociedade francesa. Motivada pelo marido a ser mais uma escritora oculta, ela passa a escrever as histórias de sua infância por meio de uma de uma personagem denominado Claudine. A protagonista então é obrigada a aceitar que o marido leve os créditos do livro, que acaba sendo um grande sucesso. Com o excelente retorno, ela é forçada a continuar escrevendo, mas, com o passar do tempo, resolve reivindicar os direitos autorais de suas obras.

O ritmo da narrativa é cadenciado, mas não prejudicial para o que propõe o roteiro, que é contar uma história sobre busca por igualdade das mulheres, empoderamento e luta por liberdade. Colette escreve suas inspirada em suas memórias de infância para expressar o que sente, bem como sua visão de mundo. Isso serve de inspiração para todos os que desejam alcançar um sonho e se sobressaírem. A literatura, antes ausente, passa a fazer parte do cotidiano feminino, e os contos com Claudine como personagem central passam a aumentar o interesse e mobilização de muitas mulheres, algumas até se declaram como a verdadeira Claudine.

Foto: Diamond Films Brasil

Dois elementos poderiam incomodar os espectadores, mas acabam contornados por conta da trama, que é edificante, aprazível e fascinante. No caso, um filme genuinamente francês, mas todo falado em inglês, e Keira Knightley (O Jogo da Imitação), mais uma vez em uma produção de época. Poderia soar repetitivo, enfadonho, mas o fato é que a atriz entrega uma atuação sólida e com importante transformação da protagonista. Antes insegura e submissa, a escritora passa a ser confiante, e cheia de personalidade, pronta para conquistar sua liberdade e alçar voos mais altos.

Dominic West (Tomb Raider: A Origem) representa um ótimo contraponto para a personagem principal, vivendo um homem egoísta e machista. Citações como "homens costumam galantear para passar o tédio" ou "homens traem porque são frágeis e não são tão fortes como as mulheres" são comuns e reforçam esse pensamento, causando repulsa no espectador. West também passa confiança em sua atuação, e retrata muito bem como eram alguns homens no início do século XX, bem como alguns da atualidade também.

Colette é uma obra de grande beleza estética, com uma história que merece ser contada, além de ser também atual, servindo de motivação para todos aqueles que querem defender seus ideais e desejam encontrar seu lugar na sociedade. Uma ótima sugestão para quem procura um filme de bela fotografia, atores competentes e uma premissa fascinante.

Foto: Diamond Films do Brasil

Excelente

Comentários