CRÍTICA | Como Treinar o Seu Dragão 2

Direção: Dean DeBlois
Roteiro: Dean DeBlois
Elenco: Jay Baruchel, Cate Blanchett, Gerard Butler, America Ferrera, entre outros
Origem: EUA
Ano: 2014


Após o enorme sucesso do primeiro filme, uma sequência de Como Treinar o Seu Dragão (2010) se tornou inevitável. A questão então era se os produtores conseguiriam manter a qualidade apresentada anteriormente nesse novo capítulo. Felizmente, Como Treinar o Seu Dragão 2 (How to Train Your Dragon 2) repete a fórmula construída no primeiro longa e dá um passo a frente, recorrendo a elementos que já haviam se tornado nostálgicos junto aos fãs da franquia. A DreamWorks Animation então acertava em vários pontos essenciais para o sucesso desse segundo capítulo.

O maior desafio da produção era apresentar um roteiro que não soasse repetitivo e morno. Se no passado vimos Soluço (Jay Baruchel) descobrindo e construindo sua relação com os dragões, especialmente sua amizade com o adorável Banguela, aqui vemos a trama focar em questões mais adultas como auto-aceitação, as responsabilidades da maturidade e a família.

A ação se passa em uma nova ilha, encontrada por Soluço e Banguela, na qual vive o misterioso Cavaleiro do Dragão. Ao tomarem conhecimento de uma ameaça que coloca em risco não apenas os dois, mas também o povoado de Berk, a dupla tenta, de alguma maneira, impedir que isso venha a acontecer.

Foto: DreamWorks Animation

No que diz respeito aos aspectos técnicos não há muito a se dizer. Tudo soa belíssimo, especialmente o design de cada dragão, que soa sempre diferente um do outro. A originalidade se dá nos detalhes, e é curioso como há uma surpreendente nostalgia de encontrar os dragões junto ao povoado. Quando vemos os humanos conhecendo melhor o lado amoroso de tais criaturas, tudo soa contagiante e colorido. Por outro lado, no momento em que tomamos conhecimento da ilha, a obra muda de tom, algo visível até na fotografia mais escura empregada. Sabemos pelas cores da animação que algo ruim se aproxima.

E que bacana é acompanharmos a evolução da relação de liderança de Soluço para com seu povo, uma vez que seu pai anseia por entregar o trono ao filho. Consequentemente, novos personagens são adicionados a narrativa, entrelaçando sentimentos não tão florescidos em alguns, e essa conexão com o espectador é certeira.

Talvez o ponto fraco da obra seja o vilão. O encontro com o mesmo, quando acontece, ainda que tenha sido bem preparado, soa mal explorado. Conhecemos pouquíssimo sobre o passado do próprio, lhe restando apenas uma identidade má, por assim dizer. Um desenvolvimento mais cuidadoso do antagonista certamente valorizaria as ações do heróis junto ao público.

Foto: DreamWorks Animation

No mais, Como Treinar Seu Dragão 2 é uma ótima sequência, que entrega momentos de alegria, tristeza, tensão e êxtase. Além disso, nos dá a oportunidade de acompanhar a evolução de seus protagonistas como poucas franquias conseguem, valorizando a experiência de quem assiste, e ampliando as expectativas para o que pode vir a seguir.

Ótimo


Rafael Oliveira é apaixonado por Breaking Bad e The Leftovers. Atualmente reverenciando tudo que Alfonso Cuarón faz. Segue ele no Letterboxd!

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