CRÍTICA | Honeyland

Direção: Tamara Kotevska e Ljubomir Stefanov
Elenco: Hatidze Muratova, Nazife Muratova, Hussein Sam, entre outros
Origem: Macedônia do Norte
Ano: 2019


Indicado em duas categorias no Oscar 2020 - Melhor Documentário e Melhor Filme Internacional -, Honeyland (2019), filme macedônio dirigido por Tamara Kotevska (Free Hugs) e Ljubomir Stefanov, fez sucesso no circuito de festivais e chega como um dos favoritos à estatueta.

Não é para menos, e bem verdade. Com uma cinematografia estupenda e um lirismo particular, o filme retrata a vida de Hatidze Muratova, a última mulher apicultora da Macedônia do Norte e sua luta para sobreviver da forma tradicional de extração de mel. Luta essa pautada pela resignação e paciência, mais do que pelo confronto.

Moradora de uma vila isolada, Hatidze tem como única companhia a mãe octogenária, com quem divide um casebre e a vida. Mais do que diálogos entre as duas, todavia, o documentário nos convida a observar a relação pura e o amor profundo de uma pela outra. Em certo momento, a mãe chega a falar que gostaria de partir para que a filha tivesse liberdade de ir embora da vila fantasma, porém, em momento algum Hatidze expressa desejo de abandonar a vida que tem. Como personagem de uma lenda, ela revive as tradições de seus antepassados à medida que cuida de quem sempre cuidou dela.

Foto: Divulgação

Para alterar a paz reinante, chega à vila uma família de nômades turcos, criadores de vacas. Mas os vizinhos, que a princípio trazem alegria à solitude das duas, aos poucos revelam-se um pesadelo. Isso porque, para fazer mais dinheiro, o chefe da casa resolve aprender a criar abelhas com Hatidze, no entanto, seu métodos de extração estão longe dos da protagonista. Pior, ele menospreza os ensinamentos dela, ameaçando, inclusive, a ruína da apicultora veterana. 

Honeyland não é um filme simples, mas é acessível. Isso porque, mesmo repleto de simbolismo, dialoga com temáticas comuns a todos nós: família, tradição, conflitos. Com uma narrativa bem estabelecida, a dupla de diretores permitem-nos conhecer o íntimo de Hatidze e fazem com que sintamos suas derrotas e vibremos com suas conquistas.

No fim, é quase impossível não nos emocionarmos com a jornada da apicultora, bem como torcermos para que ela não deixe morrer o que é fadado.

Foto: Divulgação


Excelente

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