6 Filmes Para Desgraçar a Sua Cabeça


Sabe aquele tipo de filme impossível de entender? Normalmente eles dividem opiniões, sendo adorados por alguns e odiados por outros. Mas independentemente do gosto, é impossível negar que eles geram discussões muito interessantes (e infinitas), já que a maioria deixa o seu final em aberto e sujeito as mais diversas interpretações. Obras inteligentes ou apenas confusas, que usam recursos visuais e narrativos para mexer com a cabeça do público, que exigem concentração ou apenas mente aberta e que brincam com conceitos físicos ou psicológicos.

Para esta lista, selecionei 6 obras intrigantes, buscando fugir dos filmes mais comuns ou clássicos ao pensar nesse estilo. Deixem as suas opiniões ou outras indicações lá nos comentários!


Estou Pensando em Acabar Com Tudo
(I'm Thinking of Ending Things, 2020)

Foto: Netflix

Um dos mais recentes lançamentos da Netflix, Estou Pensando em Acabar Com Tudo é dirigido e roteirizado por Charlie Kaufman, que já tem em seu currículo outras obras igualmente confusas e reflexivas, como os roteiros de Quero Ser John Malkovich (1999) e Adaptação (2002).

Seguindo a sua marca registrada, Kaufman aposta em uma narrativa fragmentada, com simbolismos e uma certa dose de esquisitice.

Aqui, a sinopse é simples: uma mulher (Jessie Buckley) decide viajar com o seu namorado (Jesse Plemons) para conhecer os pais dele, que vivem em uma isolada fazenda. Contudo, isso é realmente só a ponta do iceberg, porque a graça da história está em nos fazer questionar a veracidade de tudo o que vemos em tela.


Viveiro
(Vivarium, 2019)

Foto: Lovely Productions

Em busca do lugar perfeito para começar uma vida a dois, Tom (Jesse Eisenberg) e Gemma (Imogen Poots) aceitam acompanhar um estranho corretor de imóveis até um condomínio repleto de casas idênticas. Ao tentarem sair do local, o jovem casal percebe que está preso em um labirinto infinito.

Assim como na maioria dos filmes dessa lista, a sinopse trata apenas da trama superficial, já que aqui seremos levados a refletir sobre medos e expectativas sociais.

Em Viveiro, o cenário, a fotografia e o roteiro convergem perfeitamente para dar o tom da narrativa. Repetição, monotonia e a incômoda sensação de uma falsa perfeição são aspectos propositalmente trabalhados pelo diretor Lorcan Finnegan (Without Name).


A Origem
(Inception, 2010)

Foto: Warner Bros Pictures

Talvez o mais famoso da lista, A Origem brinca com a extraordinária ideia de invadir os sonhos de outras pessoas, para assim, implantar ali novas opiniões e pensamentos. Ganhador de quatro estatuetas do Oscar, o longa foi concebido por Christopher Nolan (Interestelar) ao longo de oito anos e se baseia nas observações que o próprio diretor fazia de sua rotina de sono.

Dentre tantos elementos que chamam a atenção, destaco a impressionante arquitetura criada para o filme (afinal de contas, não é a toa que ele ganhou o Oscar de Melhores Efeitos Visuais). Ariadne, interpretada por Ellen Page (The Umbrella Academy), é a jovem estudante de arquitetura contratada para projetar o ambiente dos sonhos, de forma a torná-lo espaços labirínticos.

Dez anos após o seu lançamento, ainda existem diversas teorias sobre o real significado do final. Estaria Dom Cobb, personagem de Leonardo DiCaprio (Era Uma Vez em... Hollywood), no mundo dos sonhos ou no mundo real? Acredito que nunca saberemos exatamente.


Coerência
(Coherence, 2013)

Foto: Bellanova Films

Nem só com orçamentos bilionários é feito um bom filme de ficção científica. Prova disso é o longa Coerência, dirigido pelo estreante James Ward Byrkit, que tinha em mãos apenas 50 mil dólares para produção.

Com uma sinopse simples, o cineasta consegue explorar conceitos físicos como a Teoria do Gato de Schroedinger em uma trama detalhista que não se esquece de desenvolver seus personagens e dramas pessoais.

Um grupo de amigos se reúne em um jantar para testemunhar um fenômeno astronômico: a passagem de um cometa muito próximo a Terra. Para além de pequenas anomalias, como queda de energia e perda do sinal dos celulares, o cometa acaba alterando outros aspectos da realidade, gerando pânico em todos dentro da casa.


A Descoberta
(The Discovery, 2017)

Foto: Netflix

De onde viemos e para onde vamos? Esse é o questionamento central de A Descoberta, produção original da Netflix.

Após a comprovação científica da existência de vida após a morte, uma forte onda epidêmica de suicídios recai sobre a Terra. Will Harbor (Jason Segel), filho do cientista que fez a derradeira descoberta, decide então viajar até o lugar onde o pai e o irmão moram para confrontá-los.

Com pontos positivos e negativos, o filme não deixa de ser um bom entretenimento e gerar interessantes reflexões. Se por um lado, é muito explicativo em algumas cenas e diversos de seus elementos são usados de forma fraca e quase “esquecível”, em outros momentos ele apresenta boas soluções visuais e de fotografia. Destaque para o ato final que, até hoje, ainda deixa muita gente com uma pulga atrás da orelha.


Bottom of the World
(2017)

Foto: Catalyst Global Midia

Durante uma road trip em direção a Los Angeles, um jovem casal faz uma breve parada em uma cidade a beira da estrada, porém, depois disso, Scarlett (Jena Malone) começa a se sentir mal e logo desaparece misteriosamente.

Bottom of the World segue uma narrativa não-linear, com cenas e flashes desconexos e que não parecem fazer sentido algum. Apenas a partir do clímax, é possível desvendar algumas pistas sobre os caminhos que a trama tomou.

Esse é tipo de filme que desagrada muita gente, devido ao roteiro lento e a falta de respostas, mesmo assim, as inspirações surrealistas a la David Fincher (Clube da Luta) garantem que você não vai ficar indiferente ao assisti-lo.


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