CRÍTICA | O Bebê de Rosemary

Direção: Roman Polanski
Roteiro: Roman Polanski
Elenco: Mia Farrow, John Cassavetes, Sidney Blackmer, Ruth Gordon, Ralph Bellamy, entre outros
Origem: EUA
Ano: 1968


Clássicos de terror, filmes que arrepiam até o último fio de cabelo da nuca e causam bons pesadelos. A lista de obras que atendem a esses quesitos e ficam guardados na memória do espectador são muitas, contudo, poucas são unanimidade entre os amantes do gênero. O Bebê de Rosemary (Rosemary's Baby) é um desses raros casos em que, mais de cinco décadas depois de seu lançamento, ainda é capaz de botar medo em muita gente.

O longa conta a história do casal Rosemary (Mia Farrow) e Guy Woodhouse (John Cassavetes), ele um ator que busca ascensão na carreira, ela uma jovem inocente e sonhadora. Eles se mudam para um imponente edifício em Nova York, contudo, acontecimentos e vizinhos estranhos passam a abalar a rotina do casal. Tudo se torna ainda mais intenso quando Rosemary engravida e passa a ter uma série de alucinações e a desconfiar que pode estar sendo vítima de uma conspiração que quer fazer mal a ela e ao seu bebê.

Um dos fatores que fazem de O Bebê de Rosemary um filme revolucionário dentro do gênero é a forma como ele aborda o terror psicológico vivido por sua protagonista. Se pensarmos que trata-se de uma produção lançada em 1968, é possível imaginar o impacto que causou na época.

O roteiro e a direção de Roman Polanski (Baseado em Fatos Reais) constroem e oferecem ao espectador uma aura de apreensão e tensão crescente, sem nunca utilizar de clichês baratos, saídas simples ou sustos banais. É uma narrativa que se desenvolve gradativamente e de forma primorosa. E apesar da longa duração e de um ritmo até lento para os dias atuais, o longa nunca se perde, retomando a atenção do público no exato momento em que pensamos que o terror havia ido embora.

William Castle Productions

Os demais elementos técnicos são tão bons quanto. Do design de produção do apartamento - que parece ficar mais ameaçador com o passar do tempo - passando pela cinematografia primorosa de William A. Fraker (O Exorcista II: O Herege), até a trilha sonora de Krzysztof Komeda (A Dança dos Vampiros), que é responsável em grande parte pelo clima tenso do filme.

No que diz respeito às atuações, todo o elenco está muito bem, mas o destaque, claro, vai para Mia Farrow (Hannah e Suas Irmãs), que passa por transformações emocionais e físicas ao longo de toda projeção, sempre de forma crível e impactante para o espectador.

Vale mencionar também que o longa é uma adaptação da obra homônima de Ira Levin. E nesse ponto é também um acerto, já que, além de competente, é também bastante fiel ao livro, seja no desenvolvimento da trama ou na construção do clima de terror.

O Bebê de Rosemary é uma prova muito importante de que não são necessários efeitos especiais mirabolantes, criaturas assustadoras, cenas sangrentas ou sustos em demasia para que um bom filme de terror seja produzido. Mesmo sem sentir medo propriamente dito ao assisti-lo, consigo enxergar a grandiosidade de sua criação. Talvez seu único defeito seja o fato de ser dirigido por Polanski, que apesar de ser um grande diretor, é um ser humano bastante questionável, mas isso é assunto para outro momento.

William Castle Productions


Ótimo

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