CRÍTICA | Duna

Direção: Denis Villeneuve
Roteiro: Denis Villeneuve, Jon Spaihts e Eric Roth
Elenco: Timothée Chalamet, Rebecca Ferguson, Oscar Isaac, Jason Momoa, Josh Brolin, Zendaya, Javier Barden, Dave Bautista, entre outros
Origem: EUA / Canadá
Ano: 2021

Baseado no livro homônimo de 1965, escrito por Frank Herbert - que mais tarde escreveu mais 5 romances dentro desse universo -, Duna (Dune) conta a história de Paul Atreides (Timothée Chalamet), um jovem que enfrenta sonhos misteriosos e repetitivos sobre pessoas que nunca viu ou situações que não vivenciou. Por ordem do Imperador, sua família passa a administrar o planeta Arrakis, conhecido por seu imenso e escaldante deserto, capaz de acabar com a água do corpo em questão de minutos, obrigando os viajantes a usar um traje especial para que sobrevivam durante a passagem por lá.

Duna, como o planeta também é conhecido pelos nativos, é rico na substância melange (ou spice, no original em inglês), um dos principais motivos de interesse da família Atreides e do Império em si. Semelhante a um alucinógeno, o material pode despertar sensações diferenciadas nas pessoas que entram em contato direto, além de ser um ativo importante para possibilitar viagens interplanetárias. 

Ao assistir Duna fica evidente sua influência na criação do clássico Star Wars, especialmente no que diz respeito ao visual. Apesar da importância, a saga de Herbert logo se distância dessa semelhança, já que aqui tudo é mais sombrio e pungente. O design de produção e a cinematografia valoriza ambientes escuros, quase em completa penumbra, podendo-se destacar a cena da "caixa de dor" e a reflexão sobre o que é o medo em nossa mente. Apesar de Paul estar acompanhado em cena, a opressão é tamanha que soa como se estivesse sozinho no escuro.

O roteiro é complexo, despertando o interesse do espectador em descobrir o destino dos personagens, suas culturas e costumes diferentes, seus "poderes" e especialidades, as políticas que são seguidas, religiões, entre outros. Temas que geram muita discussão e que são bem desenvolvidos pelo filme. Tudo isso sem deixar o aspecto dramático de lado.

Warner Bros Pictures

Outro aspecto interessante do universo de Duna é tecnologia. Apesar dos personagens estarem em uma realidade bastante diferente da nossa, em um futuro muito distante, eles se apegam aos princípios básicos da fundação tecnológica, como a matemática, por exemplo. Dentro desse universo, computadores são proibidos, nos possibilitando enxergar diversas formas de tecnologias retro futuristas, como projetores de vídeo ou bastões que iluminação. O mesmo vale para os meios de transporte, que não passam despercebidos, como o helicóptero que emula uma espécie de libélula.

Vale mencionar que Duna, de 2021, é apenas a primeira parte da história contada no primeiro livro. Com o sucesso da franquia, a sequência já foi agendada e o público aguarda ansioso a conclusão do capítulo. Para os apressados, talvez valha a pena visitar a adaptação de 1984 dirigida por David Lynch (Cidade dos Sonhos), ainda que, infelizmente, seja um dos filmes menos aclamados do cineasta estadunidense.

Ótimo



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