CRÍTICA | Philomena

Direção: Stephen Frears
Roteiro: Steve Coogan e Jeff Pope
Elenco: Judi Dench, Steve Coogan, Sophie Kennedy Clark, Mare Winningham, entre outros
Origem: Reino Unido / EUA / França
Ano: 2013


Philomena Lee (Judi Dench) é uma senhora que passou a vida à procura de seu filho, que foi tirado de seus braços algum tempo após seu nascimento e adotado por um casal norte-americano. O trágico acontecimento ocorreu quando a mulher, ainda jovem, engravidou enquanto fazia parte de um convento, na Irlanda. Com a ajuda de Martin Sixsmith (Steve Coogan), um jornalista que quer publicar sua história, Philomena embarca para os Estados Unidos, com a esperança de ainda conhecer seu filho.

A obra de Stephen Frears (A Rainha) não tem uma trama muito complicada ou repleta de reviravoltas, pelo contrário, trata-se de um filme simples, intimista, que cativa por alguns aspectos bem trabalhados. Sofre, no entanto, de um enfadonho primeiro ato, que tem dificuldade em estabelecer os personagens e suas motivações, algo que diminui o interesse do espectador. E confesso ter sido difícil até mesmo me manter acordado nesse início de longa-metragem, mas resisti bravamente.

É em seu 2º ato, porém, que Philomena ganha ritmo e forma, mostrando-se um bom filme. Em sua viagem pelos Estados Unidos, passamos a conhecer a personagem, suas manias e trejeitos, e quando isso acontece, é impossível não se afeiçoar. É como assistir sua avó em tela, pois invariavelmente alguma daquelas características poderia ser associada a qualquer uma de nossas entes tão queridas. Diálogos como o que a protagonista conta toda a história do livro para o jornalista e depois indica a leitura do mesmo, ou então quando revela que descobrira que se filho poderia ser gay já na infância, se destacam entre as demais falas.

Algo que não pode deixar de ser dito é que o longa-metragem passaria despercebido não fosse o trabalho de Judi Dench (007 - Operação Skyfall). No auge de seus 79 anos, a atriz mostra um vigor invejável e um talento a se admirar. Dench flutua entre o drama e o bom humor de forma sutil, nos fazendo dar boas risadas e ao mesmo tempo nos emocionando, dependendo do momento que presenciamos em tela. Fica difícil imaginar o filme sem ela, pois tirando-a da projeção, pouco resta.

E é com a afirmação que fiz no parágrafo passado que entendo ser um exagero a indicação de Philomena na categoria melhor filme no Oscar. O ano não foi tão bom como o passado para o Cinema, mas talvez houvessem obras melhores. Também sabemos que exercerá mera figuração na premiação, o que não é surpresa. Ao menos a história (baseada em fatos reais) é interessante e faz indiretamente uma importante crítica a igreja católica, comprovando que qualquer tipo de fanatismo pode ser prejudicial, independentemente de qual religião você escolheu seguir.

Bom

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