CRÍTICA | Missão: Impossível - Efeito Fallout

Direção: Christopher McQuarrie
Roteiro: Christopher McQuarrie
Elenco: Tom Cruise, Henry Cavill, Rebecca Ferguson, Simon Pegg, Ving Rhames, Angela Bassett, Alec Baldwin, entre outros
Origem: EUA
Ano: 2018


Após 22 anos de sucesso indiscutível nos cinemas, a franquia Missão: Impossível segue atendendo a expectativa da crítica e dos espectadores, muito em função de saber se reinventar a cada novo longa-metragem lançado. Uma característica marcante da série de filmes é a apresentação de novos personagens e grandes cenas de ação, que desafiam o protagonista Tom Cruise (Feito na América) a cada nova história contatada. Em Missão: Impossível - Efeito Fallout (Mission: Impossible - Fallout) não é diferente, mas há espaço para novos elementos que o destacam dentro da própria antologia.

Quebrando uma "regra" estabelecida, esse é o primeiro filme da franquia que repete seu diretor e roteirista, no caso, Christopher McQuarrie (Jack Reacher: O Último Tiro). Não à toa, essa é a primeira vez que temos uma sequência direta do longa anterior, de modo que os eventos passados em Nação Secreta se mostram essenciais para o bom entendimento da trama aqui, em especial personagens como Ilsa Faust (Rebecca Ferguson) e o vilão Solomon Lane (Sean Harris).

Após falhar em uma missão em que optou por salvar a vida de Luther (Ving Rhames), amigo de longa data, Ethan Hunt (Cruise) é obrigado a incluir um agente da CIA em sua equipe, August Walker (Henry Cavill), que garantirá que o agente cumpra com sua missão a qualquer custo. O objetivo agora é resgatar 3 núcleos de plutônio das mãos dos "Apóstolos", uma espécie de ramificação que sobrou da desmantelada "Nação Secreta". Ao seu lado estará o sempre inteligente e engraçado Benji (Simon Pegg), além da bela e letal Ilsa (Ferguson), que surge novamente em seu caminho.

Foto: Paramount Pictures

O mais impressionante de Efeito Fallout é sua capacidade de manter o ritmo desenfreado, ao mesmo tempo que se mostra interessante por seu roteiro, ao longo de 2 horas e 37 minutos de projeção. Méritos não apenas de McQuarrie, por sua competência em conduzir cenas de ação críveis (ainda que impossíveis) e bem construidas, mas principalmente por seu excelente elenco, que carrega cada minuto de cena com o carisma e energia necessários.

Falando especialmente dos novos personagens, Henry Cavill (Liga da Justiça) ganha pela primeira vez um papel de destaque fora do universo de heróis da DC, e faz jus a sua escalação, vivendo um agente de imenso vigor físico, personalidade e que rivaliza as ações com Hunt de maneira benéfica para a narrativa, uma dinâmica que o roteiro busca a todo momento e que funciona muito bem. Já Angela Bassett (Pantera Negra), que vive sua superior direta, ainda que subaproveitada pelo trama, rouba cada cena em que aparece com seu habitual talento.

Falar de Tom Cruise e seu fascínio por protagonizar suas próprias cenas de ação é clichê até dizer chega, porém sempre inevitável. A energia que o ator emprega em cada capítulo da franquia Missão: Impossível é louvável, não sendo diferente aqui. Há momentos em Efeito Fallout que me fizeram sentir vertigem do conforto da poltrona da sala de cinema (leia-se, Cruise se pendurando em um helicóptero em pleno voo, em um plongée belíssimo e inquietante), algo que nem mesmo Protocolo Fantasma havia conseguido, quando o próprio ator se balançou pelo Burj Khalifa. Soma-se a isso um salto de paraquedas em plano-sequência e uma perseguição a pé pelas ruas de Paris (cena em que Cruise quebrou o pé durante as filmagens), e temos momentos de ação que rivalizam facilmente com os melhores momentos da série de filmes.

Foto: Efeito Fallout

Contando ainda com uma eficiente trilha sonora, que pontua a ação de forma eletrizante, como de costume, Missão: Impossível - Efeito Fallout ainda encontra tempo para amarrar pontas soltas do passado (resgatando elementos de Missão: Impossível 3) e prestar homenagens à própria franquia Cruise escalando um rochedo, como em Missão: Impossível 2). Por tudo isso, não ficarei surpreso se muitos afirmarem ser o melhor filme da cronologia, mesmo se tratando de um sexto capítulo, o que mostra que, se continuar sendo produzido com toda essa paixão, M:I - com seus 22 anos - e Cruise - com seus 56 - ainda têm muita lenha para queimar nas salas de cinema.

Ótimo

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