CRÍTICA | Caixa de Pássaros


Direção: Susanne Bier
Roteiro: Eric Heisserer
Elenco: Sandra Bullock, Trevante Rhodes, John Malkovich, Sarah Paulson, entre outros
Origem: EUA
Ano: 2018


Um drama intenso, com uma narrativa envolvente e que proporciona desafios físicos e psicológicos a seus protagonistas. Assim podemos definir Caixa de Pássaros (Bird Box), filme original Netflix, que traz Sandra Bullock (Oito Mulheres e um Segredo) em uma das melhores atuações de sua vasta carreira.

Baseado no livro homônimo de Josh Malerman e dirigido por Susanne Bier (Serena), o longa inicia com uma série de suicídios em massa iniciados na Europa Oriental. Essa onda de mortes foi causada por uma espécie de criatura que não pode ser vista, pois quem a enxerga enfrenta o destino inevitável. A solução encontrada para escapar de tal ameaça é o isolamento em locais fechados, tapando os olhos com uma venda.

A trama é dividida em duas linhas temporais. A primeira com a personagem central, Malorie (Bullock), em um barco com dua crianças pequenas e em enorme desespero, na tentativa de chegar ao fim do rio. A segunda se passa cinco anos antes, com os momentos que antecedem o "fenômeno" ocorrido, com um grande número de pessoas se matando pelas ruas.

Foto: Netflix

A premissa é bastante semelhante ao recente lançamento Um Lugar Silencioso (A Quiet Place, 2018), de John Krasinski (The Office), no qual um dos sentidos dos personagens acaba sendo privado e fazer o mínimo de barulho possível se torna vital para a sobrevivência. Na jornada de Caixa de Pássaros, encontrar um local seguro e proteger seus entes queridos são tarefas das mais difíceis, e o nível de tensão acaba sendo maior, se comparado a seu "primo silencioso".

O roteiro de de Eric Heisserer (A Chegada), aposta na atmosfera apocalíptica, envolvendo emocionalmente os personagens e fazendo-os se sentir cada vez mais encurralados. A narrativa não-linear ajuda na construção do suspense, especialmente na criação de perguntas que aos poucos vão sendo respondidas. A limitação dos personagens poderia tornar a obra tediosa, no entanto, a o texto torna a tudo dinâmico e emocionante a medida que os envolvidos são surpreendidos com novas pessoas se unindo ao grupo. A dúvida se devem ou não abrir uma porta a alguém, por exemplo, toma grande proporções.

Como frisei antes, Sandra Bullock entrega uma atuação memorável, demostrando entrega impressionante à sua personagem. Ouso dizer que é trabalho até melhor que Um Sonho Possível (The Blind Side, 2009), filme que lhe rendeu o Oscar de melhor atriz. Completam o elenco Trevante Rhodes (Moonlight: Sob a Luz do Luar), Sarah Paulson (Vidro), John Malkovich (Ligações Perigosas), entre outros. Todos com intervenções relevantes para a trama.

Foto: Saeed Adyani / Netflix

Caixa de Pássaros sabe construir a tensão e o suspense ao ponto de envolver o espectador e deixá-lo angustiado. Um longa-metragem para ser assistido com atenção, já que diversas metáforas podem ser interpretadas a respeito. O tipo de filme que faz jus a obra original e a eleva a outro patamar, já que permite que muitas outras pessoas tomem conhecimento de sua premissa.

Ótimo

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