Demolidor | 2ª Temporada


Após o sucesso da primeira temporada, não demorou muito para que a Netflix anunciasse o segundo ano de Demolidor, trazendo ao público personagens icônicos como Elektra (Elodie Yung) e o Justiceiro (Jon Bernthal), algo que empolgou os fãs de imediato.

A trama dessa segunda temporada inicia algum tempo após a prisão de Wilson Fisk (Vincent D'Onofrio). Outras facções criminosas começam a tomar conta dos negócios escusos de Hell's Kitchen, dentre eles gangsteres irlandeses e mexicanos. Matt (Charlie Cox) e Foggy (Elden Henson) seguem defendendo os desfavorecidos nos tribunais, mas a empresa passa por dificuldades financeiras. Karen (Deborah Ann Woll), por sua vez, continua trabalhando para os dois, ainda que não esteja muito satisfeita com essa decisão.

Murdock decide investigar os cartéis e descobre que todo armamento de grande porte da região havia sido roubado por apenas um homem, cuja promotoria batizou de Justiceiro.

Se em seu primeiro ano a série tinha um tom mais realista, nessa sequência vemos os elementos dos quadrinhos tomando conta cada vez mais. É perceptível a ampliação da mitologia do Demolidor com a inclusão dos novos personagens, ainda que o roteiro não balanceie bem essa nova dinâmica. Por quatro episódios acompanhamos o arco do embate do Justiceiro e do Homem Sem Medo, para depois a série deixar isso de lado e explorar o triângulo amoroso entre Matt, Karen e Elektra, que voltou a Nova York.

Foto: Patrick Harbron / Netflix

Personagens como Wilson Fisk, Madame Gao (Wai Ching Ho), Stick (Scott Glenn) e Claire Temple (Rosario Dawson) ainda aparecem, mas sem a mesma carga dramática e importância para os acontecimentos centrais que exerciam no ano anterior, ainda que a última continue sendo o elo principal para a reunião dos heróis da Marvel/Netflix em Os Defensores.

As cenas de ação, apesar de impactantes, não possuem o mesmo brilhantismo do passado, como a icônica luta em plano sequência no corredor escuro da primeira temporada, ou mesmo a luta entre Fisk e Murdock. Por outro lado, temos espaço para ótimos momentos de diálogos inspirados, como aquele em que o Demolidor está acorrentado a uma chaminé ouvindo o longo discurso de Frank Castle sobre como o sistema penal está falido e que as ações dele são justificadas, uma vez que Murdock incapacita os bandidos por tempo determinado e ele acaba com o criminoso de vez. O tipo de cena que levanta discussões interessantes, como o velho discurso de "bandido bom é bandido morto", que estamos habituados a ouvir.

As atuações mantém o alto nível. Charlie Cox (A Teoria de Tudo) vê seu Demolidor entre a cruz e a espada, por vezes cedendo a pressão, culminando em atos violentos. Jon Bernthal (O Justiceiro) se mostra uma ótima adição a esse universo, conseguindo evocar a personalidade vingativa de Castle de forma convincente pela primeira vez em tela. Elodie Yung (Dupla Explosiva), por sua vez, apresenta uma nova versão da Elektra, sem precisar apelar para a sensualidade, trazendo uma persona misteriosa, moralmente duvidosa e implacável. Já Elden Henson (Efeito Borboleta) e Deborah Ann Woll (True Blood) seguem sendo coadjuvantes importantes para o desenvolvimento do nosso protagonista.

Foto: Patrick Harbron / Netflix

A rigor a segunda temporada de Demolidor é mais do mesmo, sem o charme e o frescor da novidade que o ano de estreia ofereceu. Ainda assim a produção se firmou como a melhor série do universo Marvel/Netflix, que em 2018 começou a cair por terra com cancelamento atrás de cancelamento. Uma pena.

Bom

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