CRÍTICA | Dora e a Cidade Perdida


Direção: James Bodin
Roteiro: Matthew Robinson e Nicholas Stoller
Elenco: Isabela Moner, Michael Peña, Eva Longoria, Eugenio Derbez, entre outros
Origem: EUA/México/Austrália
Ano: 2019


Conhecida por seu jeito alegre de transmitir informações e a preocupação com o desenvolvimento psíquico e social da criança com o mundo, a série de animação infantil Dora, a Aventureira (Dora the Explorer) segue o mesmo caminho de outras produções e ganha sua versão live-action para as telonas.

Dora e a Cidade Perdida (Dora and the Lost City of Gold) nos apresenta a uma Dora (Isabela Moner) adolescente, que é enviada pelos pais, Elena (Eva Longoria) e Cole (Michael Peña), para viver em Los Angeles com o primo Diego (Jeff Wahlberg). Ela não contava, porém, com o misterioso desaparecimento dos dois, que estavam a procura de Parapata, conhecida como a Cidade do Ouro Perdido.

Dora é então sequestrada por um grupo de mercenários que acreditam que ela possa levá-los até seus pais para enfim encontrarem a cidade Inca e roubar todos os tesouros ali encontrados. Junta dos amigos Randy (Nicholas Coombe), Sammy (Madeleine Madden) e do primo Diego, Dora então parte para a floresta para resgatar sua família e impedir que os ladrões alcancem seu objetivo.

Foto: Paramount Pictures

Referências à série televisiva não poderiam faltar, como a quebra da quarta parede, o canto durante a solução de alguns conflitos, bem como a interação da protagonista com a natureza e seus animais. Ainda que inserida em um novo mundo, a personagem não deixa de ser alegre e respeitosa com todos, ainda que demonstre inocência para com os perigos e maldades das pessoas da grande cidade.

A chegada de um novo personagem à trama, Alejandro (Eugenio Derbez), que diz ser um amigo dos pais de Dora, é um ingrediente a mais para inserir os adultos e mostrar que o longa não é voltado apenas para crianças. O jeito desajeitado e medroso do personagem durante a aventura não só arranca boas risadas como também motiva o grupo a perceber a importância do trabalho em equipe e o momento para dar um passo a mais no encontro a coragem e o amadurecimento.

A obra tem um bom design de produção, com cenários faraônico e efeitos digitais de boa qualidade para renderizar o macaco Botas (Danny Trejo) e o Senhor Raposo (Benicio Del Toro), popular vilão da série. Além disso, a fotografia utiliza de uma paleta de cores vivas, que realçam o clima de aventura na floresta, subgênero cinematográfico popular. Há claras influências de franquias como Tomb Raider e Indiana Jones, já que os personagem passam por resoluções de enigmas, riscos com animais perigosos, além da busca por objetos perdidos, mas as semelhanças param por aí. 

Em Dora e a Cidade Perdida não há grande reviravoltas de roteiro e as resoluções dos conflitos são bastante convenientes, com personagens pouco exigidos e vilões pouco explorados. Em compensação, a protagonista passa por uma jornada de amadurecimento, além do bom humor construído. Méritos para Isabela Moner (Sicario: Dia do Soldado) que vive Dora com desenvoltura e segurança, funcionando não apenas nas situações cômicas, mas na ação exigida pela aventura.

Foto: Paramount Pictures

Dora e a Cidade Perdida é uma divertida e deliciosa aventura, voltada para todas as idades, com atuações honestas e eficientes, além de uma protagonista carismática que soube dar vida a uma personagem infantil famosa e engraçada. Isabela Moner tem grande futuro na indústria.

Bom

Comentários