CRÍTICA | Branca de Neve e os Sete Anões

Direção: William Cottrell, David Hand, Wilfred Jackson, Larry Morey, Perce Pearce e Ben Sharpsteen
Roteiro: Ted Sears, Richard Creedon, Otto Englander, Dick Rickard, Earl Hurd, Merrill De Maris, Dorothy Ann Blank e Webb Smith
Elenco: Adriana Caselotti, Lucille La Verne, Harry Stockwell, entre outros
Origem: EUA
Ano: 1937

Lançado em 1937, Branca de Neve e os Sete Anões (Snow White and the Seven Dwarfs) foi o primeiro longa-metragem - seja ele de animação ou live-action - lançado pela Disney nos cinemas. Não por acaso tem uma importância imensa para o estúdio e tudo que se sucedeu dali em diante. Podemos dizer que foi o marco fundamental da empresa na grande tela, que hoje é talvez a mais poderosa no ramo, reunindo franquias como Marvel, Star Wars, Pixar, entre outras.

Trata-se de uma adaptação de um conto de fadas de origem alemã, publicado pelos irmãos Grimm entre os anos de 1817 e 1822. Como trata-se de um conto de origem controversa, a dupla tornou pública a versão mais conhecida da época, já que era uma história mantida pela tradição oral, possivelmente iniciada na Idade Média. Na versão Disney, alguns pontos do roteiro são suavizados para tornar a obra mais agradável ao público infantil, assim como a maioria das produções Disney dali em diante, mas nada que mude completamente o rumo da história.

O que mais chama atenção, após mais de 80 anos do seu lançamento, é a qualidade técnica da animação. O estilo clássico e elegante dos traços, a anatomia dos personagens (sejam eles humanos ou animai) e, especialmente, a fluidez dos movimentos é algo realmente impressionante e que funciona até hoje. Tudo fruto não apenas do talento dos artistas envolvidos, mas também do perfeccionismo imposto por Walt Disney a época da produção, algo que pode ser comprovado em diversos documentários lançados desde então.

Walt Disney Pictures

Também é interessante perceber como, logo em seu primeiro filme, a Disney já estabelece diversos elementos que ditariam a grande maioria de suas animações clássicas de princesas, e que foram evoluindo ao longo dos anos. Branca de Neve tem uma personalidade doce com todos a sua volta, tem uma relação de respeito e amizade com os animais e, claro, se apaixona pelo príncipe. Todos esses elementos ficam ainda mais evidentes quando assistimos Encantada (2007), longa protagonizado por Amy Adams (A Chegada), que presta diversas homenagens às princesas Disney, principalmente Branca de Neve.

O elemento musical também é introduzido, uma vez que a protagonista canta em algumas oportunidades. Curiosamente, a canção mais conhecida acaba não sendo da princesa e sim dos anões. Como esquecer de "Eu Vou" (pra casa agora eu vou), cantada pelos sete com a felicidade do trabalhador que está voltando pra casa após a missão cumprida de um longo dia de labuta? Não tem como.

Os anões, aliás, são outro fator importantíssimo para o sucesso da produção. Eles são o alívio cômico, cada um com características singulares, que envolvem não só suas personalidades, aspectos físicos e vestimentas, mas também objetos de cenas, como suas camas. Todos compostos de imenso carisma e virtude, mesmo sendo tão diferentes um do outro.

Branca de Neve e os Sete Anões é, de fato, o clássico dos clássicos da Disney. Uma animação talhada na cultura mundial desde então, que sobrevive ao tempo de forma incontestável graças a simplicidade de sua mensagem, o carisma de seus personagens e o talento de seus realizadores, que estavam empenhados em entregar algo especial ao público. Foi quando a magia aconteceu pela primeira vez no estúdio, e assim vem sendo desde então, com muito mais acertos do erros ao longo das décadas.

Walt Disney Pictures


Excelente

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