CRÍTICA | Olhos de Serpente

Direção: Brian De Palma
Roteiro: David Koepp
Elenco: Nicolas Cage, Gary Sinise, John Heard, Carla Gugino, entre outros
Origem: EUA / Canadá
Ano: 1998

Em meio à uma tempestade e uma jornalista tentando gravar sua reportagem, Olhos de Serpente (Snake Eyes) inicia em clima de caos, com Brian De Palma (O Pagamento Final) utilizando um plano-sequência impressionante durante uma acalorada luta de boxe e tudo que a envolve. É apenas o ponto de partida de uma narrativa que ainda traria muitos mistérios e desdobramentos ao espectador, como habitualmente acontece na carreira do diretor.

Rick Santoro (Nicolas Cage) é um detetive corrupto que está assistindo a tal luta de boxe junto com outras personalidades importantes, como o Secretário de Defesa Kirkland (Joel Fabiani) e Kevin Dunne (Gary Sinise), Comandante da Marinha e amigo próximo do protagonista.

Ao sermos inseridos naquele ambiente tumultuado e sem cortes de câmera, levamos algum tempo até entender o que de fato está acontecendo em cena. Logo percebemos que Santoro é o personagem principal, apesar de não ter a melhor das índoles. Além da esposa, ele possui filhos e uma namorada, por fora do casamento, e ainda permanece à procura de novas aventuras extraconjugais.

Dunne chama Santoro para que sente perto dele para verem a luta, mas uma mulher ruiva, trajando um vestido vermelho acaba chamando a atenção do primeiro, que insiste em pedir conselhos ao detetive/amigo, para saber se deve ou não investir na moça misteriosa que o encara.

Paramount Pictures

Enquanto Dunne se afasta da cena, o inesperado acontece. O Secretário de Defesa, que estava sentado logo atrás de Santoro e Dunne, é baleado duas vezes e morre de imediato. A primeira bala acertou no pescoço do Secretário, porém, uma mulher de branco chamada Julia Costello (Carla Gugino) acaba ferida no braço pelo segundo projetil. É aí que Santoro puxa sua arma e passa a tentar entender quem foi que efetuou os disparos.

O protagonista passa a relembrar os fatos, suspeitando de algumas pessoas. De Palma, por sua vez, valoriza o suspense de sua narrativa, recapitulando os acontecimentos ao público e trazendo detalhes minuciosos que não foram percebidos durante o plano-sequência inicial. Com o passar dos minutos, Santoro e nós, espectadores, somos levados a acreditar que está havendo alguma conspiração contra o detetive, já que vários obstáculos passam a surgir em cena.

Com uma trama envolvente, acelerada e que gira totalmente em torno de seu personagem, Nicolas Cage (Homem-Aranha no Aranhaverso) acaba se destaca de maneira impressionante, especialmente pela energia que emprega ao papel. Algo que, convenhamos, é bastante habitual em seus trabalhos.

Contando ainda com o roteiro eficiente de David Koepp (Missão: Impossível), que consegue amarrar todas as pontas soltas, talvez o único infortúnio de Olhes de Serpente seja a falta de um desfecho realmente impactante, que fizesse jus ao ritmo empregado até ali. Eram esperadas consequências mais drásticas para os personagens envolvidos, no entanto, a resolução acaba sendo bem mais simples do que aparenta. Nada que estrague a experiência de assistir esse bom exemplar da filmografia de De Palma.

Bom


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