CRÍTICA | Viúva Negra

Direção: Cate Shortland
Roteiro: Eric Pearson
Elenco: Scarlett Johansson, Florence Pugh, Rachel Weisz, David Harbour, entre outros
Origem: EUA
Ano: 2021

Seguindo a linha cronológica dos filmes da Marvel Studios, após os acontecimentos de Capitão América: Guerra Civil (2016), acompanhamos um pouco do passado de Viúva Negra/Natasha Romanoff (Scarlett Johansson) quando era apenas uma garotinha de cabelos azuis, que morava com sua "família", em Ohio, nos Estados Unidos. Algumas décadas mais tarde ela tem a missão de sobreviver à organização que a treinou para se tornar uma assassina profissional.

O roteiro de Viúva Negra (Black Widow) é dinâmico, fazendo com que Natasha percorra diversos países para juntar as peças necessárias para executar seu plano, com pitadas de cenas de perseguição aqui e ali que são indispensáveis nesse tipo de trama. Assim como são esperadas diversas cenas com efeitos especiais, algo corriqueiro nos filmes de heróis. No entanto, o uso em excesso do recurso, em especial a câmera lenta, acaba soando como uma tentativa exagerada de criar tensão e frio na barriga.

Por outro lado, se a ação não empolga tanto, o mesmo não podemos dizer da relação entre os personagens. A dinâmica entre Natasha e sua irmã Yelena (Florence Pugh), apesar das circunstâncias, é o coração do filme. O trabalho das atrizes transparece intimidade, mesmo que as personagens tenham sido separadas precocemente em razão do treinamento na Sala Vermelha. 

O longa possui uma carga de feminismo equilibrada, sem "pesar a mão" ou tornar a mensagem maçante. Seja pelo protagonismo de Natasha ou Yelena, mas também quando aborda brevemente a história de outras viúvas, que passam a serem controladas pelo vilão, sem livre arbítrio. Vemos, por exemplo, a sensibilidade de Natasha ao se preocupar com as outras jovens mulheres envolvidas, um momento de sororidade muito bem-vindo.

Marvel Studios

O elenco, aliás, é outro ponto alto da obra, já que traz nomes de peso como Rachel Weisz (Fonte da Vida) e David Harbour (Stranger Things) para viverem personagens secundários: Melina e o Capitão Vermelho, respectivamente, pai e mãe da dupla protagonista. A dinâmica cômica/dramática familiar agrada demais quando assistida.

Analisando friamente, é curioso como Scarlett Johansson (História de um Casamento) tem pouco a apresentar em seu filme solo, já que restaram poucos minutos para abordar o passado de Natasha. O longa-metragem parece mais interessado em apresentar Yelena ao público, o que é problemático de certa forma.

Contando ainda com uma interessante releitura de "Smells Like Teen Spirit" cantada por Malia J. em sua abertura, Viúva Negra consegue ter seus momentos de tensão e suspense, alguma pitada de humor e, claro, muita ação. Aquele tipo de "fórmula Marvel" que tão bem funciona ao longo dos anos, mas que pode soar desgastada aqui e ali.

Ótimo




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