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Daniel Oliveira
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Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Cate Blanchett, Alec Baldwin, Sally Hawkins, Bobby Cannavale, Louie C.K., entre outros
Origem: EUA
Ano: 2013
|
Woody
Allen é um sujeito admirável. Desde 1982 o cineasta lança um filme por ano, sem
exceção. São 31 produções desde então (isso sem levar em conta os anos em que
lançou mais de um longa-metragem) e a próxima já está em andamento. Um workaholic, sem dúvida, mas também um
apaixonado pelo Cinema. É claro que com tamanha quantidade de trabalho em um
curto espaço de tempo, nem sempre o diretor acerta em cheio, como no ano
passado em Para Roma, com Amor (To Rome with Love, 2012). Esse ano,
porém, Allen o fez. Blue Jasmine é um
tiro no alvo, uma de suas melhores obras.
Jasmine
(Cate Blanchett) é uma mulher da alta
sociedade de Nova York que perde toda a sua fortuna quando o marido, Hal (Alec Baldwin) se suicida após ter seus
negócios ilegais descobertos. Ela então vai morar com sua irmã de classe média,
Ginger (Sally Hawkins), em São
Francisco, onde tentará reerguer sua vida e sanar seus problemas emocionais, ao
mesmo tempo em que conhece e diverge de seu novo cunhado, Chili (Bobby Cannavale).
Hábil
em tratar de temas cotidianos, relações e personagens “excêntricos” - como ele
próprio, Allen conduz sua obra de maneira elegante como de costume, apostando
numa fotografia quente, valorizando a luz do dia (não me recordo de cenas
noturnas no filme) e realçando o cabelo loiro de Blanchett, também condizente
com o figurino usado pela mesma, quase sempre em tons amarelos ou dourados (numa
clara associação a riqueza, imagem que a personagem a todo o momento tenta
passar).
O
roteiro narra duas linhas temporais, a primeira com a vida de Jasmine em São
Francisco e a segunda quando a mesma ainda possuía sua fortuna em Nova York.
Nesse ponto a montagem do longa-metragem se destaca, fazendo as transições de
tempo de forma fluída, sem afetar o ritmo da narrativa (ainda que a obra tenha
se estendido um pouco mais do que devia). E aqui Allen utiliza de uma rima sonora
interessante, quase sempre interrompendo bruscamente a trilha que toca ao fundo
quando há os saltos temporais.
Não
há dúvida, porém, que o grande destaque de Blue Jasmine é Cate Blanchett (O Aviador). A talentosa atriz encarna o
papel de uma mulher emocionalmente instável, beirando a loucura, mas de maneira
crível, sem perder o bom humor. Uma interpretação que poderia facilmente
tornar-se uma caricatura, mas não é. Blanchett consegue transmitir toda a
emoção de Jasmine com um olhar, criando uma empatia com o público essencial
para o decorrer da trama. Sentimos pena e torcemos pela protagonista em muitos
momentos, ainda que seja inevitável que a repreendamos quando insistentemente
comete os mesmos erros que a levaram ao “fundo do poço”. Uma indicação ao Oscar
seria mais que merecida.
Passando
uma importante mensagem em seu desfecho, que talvez possa soar piegas para
alguns, mas que condiz com a história contada, Blue Jasmine ainda encontra
tempo para homenagear clássicos em suas semelhanças, como Uma Rua Chamada Pecado (A Streetcar
Named Desire, 1951), nos lembrando de que ainda é possível fazer Cinema de
diálogos e situações, um Cinema que Allen domina como poucos. Especialmente
quando acerta em cheio.
Ótimo |
Alec Baldwin
Blue Jasmine
Bobby Cannavale
Cate Blanchett
Críticas
Daniel Oliveira
Louie C.K.
Sally Hawkins
Woody Allen
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#BlueJasmine
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