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Postado por
Nathalia Bottino
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O ano de 2019 foi recheado de lançamentos de filmes de super-heróis. Após Capitã Marvel, Shazam! e Vingadores: Ultimato, a tarefa de X-Men: Fênix Negra (Dark Phoenix) não era das mais fáceis, pois além de ter que encerrar uma linha temporal repleta de incoerências narrativas, o longa marca a despedida da franquia, já que os direitos dos heróis deverão migrar para a Marvel Studios após aquisição da Fox pela Disney. O impacto dessa transição fica evidente na obra, que passou por adiamentos, refilmagens e reestruturações radicais de roteiro.
A obra, escrita e dirigida pelo estreante Simon Kinberg, inicia de forma promissora apresentando uma operação de resgate espacial realizada pelos X-Men. Curiosamente os heróis são retratados como parceiros do governo norte-americano, enaltecidos pelo povo, algo impensável em sua origem dos quadrinhos, onde o grupo é costumeiramente renegado pela sociedade. As coisas não saem como o esperado e todos os envolvidos na missão acabam em perigo, muito em função da soberba de Charles Xavier (James McAvoy), que prefere arriscar a vida dos mutantes do que as das pessoas comuns.
Apesar das incoerências, o início empolga. No entanto, o roteiro não consegue manter o entusiasmo do espectador, deixando de lado qualquer tipo de abordagem que explore os poderes dos heróis ou sua posição na sociedade. Em termos de desenvolvimento e construção de personagens, este é sem dúvida o capítulo mais vazio da série, tornando algumas cenas entediantes e repetitivas.
Foto: Fox Film do Brasil |
Jean Grey (Sophie Turner) é quem acaba resolvendo o conflito espacial, mas isso acaba acarretando em uma ameaça alienígena ao planeta Terra, que chega para tentar recuperar o poder absorvido pela heroína e que justifica o título do filme. A natureza destes aliens, em especial de sua líder, Vuk (Jessica Chastain), revela-se pouco importante ou ameaçadora para o desenvolvimento da narrativa. Seu antagonismo é fraco e insuficiente para se gerar o conflito esperado..
A maior ameaça aos heróis acaba sendo a própria Jean Grey, inserindo alguns conflitos internos e morais ao grupo. Uma pena, porém, que tais conflitos soem supérfluos e apressados. Personagens mudam de ideia e traem suas motivações com frequência, não apresentando qualquer coerência narrativa.
O centro das atenções e a unica representante do elenco que merece real destaque é Sophie Turner (Game of Thrones), que entrega uma boa atuação, especialmente nas cenas em que sua personagem faz contato com seu dolorido passado relacionado a família e os mutantes. Nem mesmo o retorno de Evan Peters (X-Men: Dias de um Futuro Esquecido) como Mercúrio empolga, já que o personagem pouco aparece na trama.
Se há algo que os filmes dos X-Men haviam provado ao longo de sua longa e confusa trajetória, era a capacidade de subverter expectativas, tanto de roteiro quanto em sua execução geral. Até mesmo seus piores exemplares contaram com momentos de criatividade capazes de render algo positivo. Com a despedida forçada, X-Men: Fênix Negra entrega o capítulo menos atrativo da saga, deixando um gosto amargo na boca de boa parte dos fãs.
Foto: Fox Film do Brasil |
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